ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 22-4-2010.
Aos vinte e dois dias do mês
de abril do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, João Pancinha, Maurício Dziedricki, Nelcir Tessaro e Paulinho
Ruben Berta. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher,
Nilo Santos, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados:
pelo vereador Adeli Sell, juntamente com os vereadores Bernardino Vendruscolo,
Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna,
João Antonio Dib, Luciano Marcantônio e Paulinho Ruben Berta, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 005/10 (Processo nº 1200/10); pelo vereador Dr.
Thiago Duarte, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos
004 e 006/10 (Processos nos 1190 e 1242/10); pelo vereador Luciano
Marcantônio, o Projeto de Lei do Legislativo nº 055/10 (Processo nº 1111/10);
pelo vereador Nilo Santos, o Projeto de Lei do Legislativo nº 049/10 (Processo
nº 1088/10); e pelo vereador Waldir Canal, o Projeto de Lei do Legislativo nº
061/10 (Processo nº 1168/10). Na
ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador João Carlos Nedel
(Processo nº 1586/10), deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização
para representar externamente este Legislativo, do dia dois ao dia seis de maio
do corrente, em reunião da Unidade Temática de Turismo e no IV Congresso de
Turismo da Rede Mercocidades, em Montevidéu, Uruguai. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 339, 340 e 341/09, do senhor Valdemir
Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica Federal – CEF. Após, por solicitação do vereador
João Antonio Dib, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
senhor Dante D’Angelo, falecido no dia de hoje. Em prosseguimento, o senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à cacica charrua Acuab, que
discorreu sobre o Dia Nacional do Índio, relatando problemas enfrentados pela
comunidade charrua localizada na Estrada São Caetano, em especial dificuldades
de acesso a água potável e saneamento básico. Também, nos termos do artigo 206
do Regimento, os vereadores Pedro Ruas, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte e
Paulinho Ruben Berta manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Ainda, o senhor Presidente informou que seria encaminhado
ofício deste Legislativo ao Departamento Municipal de Água e Esgoto,
solicitando providências para solução dos problemas relatados pela cacica
charrua Acuab. A seguir, o senhor Presidente registrou a presença do senhor
Rafael Simões, mobilizador do Ministério dos Esportes no Rio Grande do Sul,
concedendo a palavra a Sua Senhoria, que convidou os presentes para a 3ª
Conferência Municipal de Esportes, a ser realizada no dia vinte e cinco de
abril do corrente, no auditório do Colégio Americano IPA, em Porto Alegre. Em
continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos
termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, à apresentação do Projeto Centro Popular
de Compras: Planejamento e Organização do Território. Compuseram a Mesa o
vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e os
senhores Leandro Lopes, Washington Moreira, Luciano Buzzinello e Leonardo Lemes,
respectivamente professor e estudantes do Centro Universitário La Salle. Após,
o senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos
I e II, aos senhores Leandro Lopes e Luciano Buzzinello, que se pronunciaram sobre
o tema em debate. Durante o pronunciamento dos senhores Leandro Lopes e Luciano
Buzzinello, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema
abordado por Suas Senhorias. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º,
inciso III, do Regimento, pronunciaram-se as vereadoras Fernanda Melchionna e
Sofia Cavedon e os vereadores Engenheiro Comassetto, Bernardino Vendruscolo,
João Antonio Dib, Alceu Brasinha, Toni Proença, Pedro Ruas e Carlos Todeschini.
A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor Leandro Lopes, para
considerações finais sobre o tema em debate. Na oportunidade, o senhor
Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e dos professores
Matheus da Silva, Cleonice de Oliveira e Mariza Souza Gomes, da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Vila Neópolis, do Município de Gravataí – RS –,
que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de
Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às dezesseis horas e
onze minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
dezesseis horas e doze minutos, constatada a existência de quórum. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Carlos Todeschini, este pela oposição, João Antonio Dib,
Nilo Santos, Mario Manfro e Dr. Raul. Na oportunidade, o vereador Toni Proença
manifestou-se acerca do pronunciamento da vereadora Fernanda Melchionna em
Comunicação de Líder. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Alceu
Brasinha. Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo,
solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 039/07
(Processo nº 1414/07). Também, foram apregoados Requerimentos de autoria do
vereador Aldacir
José Oliboni, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando a retirada
de tramitação dos Projetos de Lei do Legislativo nos 198/09 e 024/10
(Processos nos 4193/09 e 0685/10, respectivamente). Em PAUTA,
Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos
030 e 044/10. Às dezessete horas e nove minutos, nada mais havendo a tratar, o
senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e Bernardino Vendruscolo
e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino
Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento, hoje, do Sr. Dante D’Ângelo, Cidadão de Porto
Alegre, Título proposto pelo então Ver. Fernando Záchia.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A
Srª Cacique Charrua Acuab, representando as Comunidades Indígenas de Porto
Alegre, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao Dia Nacional do
Índio, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. CACIQUE CHARRUA ACUAB: (Pronunciou uma frase em língua
indígena.) Eu sou a primeira mulher cacique do povo charrua do Rio Grande do
Sul. O meu povo charrua é de São Borja e de São Miguel das Missões, não são só
os parentes guaranis que estão lá, tem o português, tem o meu povo charrua e os
guaranis. Isso tem que ficar muito claro. O que vou dizer é muito importante. Esta
Casa, a Câmara de Vereadores, é do povo, é das etnias, é a Casa que o povo
charrua herdou como sua também, porque foi aqui que vários Vereadores se uniram
e deram reconhecimento para o povo charrua.
Hoje
em dia temos direito à moradia, a terra. Nós temos a terra porque lutamos,
demos sangue, temos documentos mostrando quando nós saímos do Morro da Cruz,
pedindo ajuda. Quem não sabe acha que a nossa luta começou em Campo Novo, e
isso não é verdade. A nossa luta começou há quarenta anos no Morro da Cruz, com
irmã desaparecida, com meus pais mortos lá. Então, o que eu quero dizer para
vocês é que a luta não é de hoje, é de anos.
Então,
eu estou pedindo - não estou pedindo o que é do português - o direito que é do
meu povo charrua: a colocação da água o mais rápido possível, a construção da
aldeia. Quando eu e o meu povo charrua fomos à luta, nós conseguimos doze mil
reais por casa, mas a casa era pequena, ia ser pequena. Aí nós fomos batendo de
porta em porta - eu tenho um documento que prova -, batemos em outras portas e
conseguimos de mil e quinhentos a três mil por casa, dentro das doze casas. Nós
demonstramos e estamos demonstrando, com todo o respeito, para os Vereadores e
as Vereadoras desta Casa, que estamos unidos. E estou pedindo que o Dia do
Índio não seja só este dia, mas todo minuto, toda hora e todo dia. Eu estou
pedindo, neste dia sagrado, que é sempre, que os Vereadores desta Casa sejam
mais unidos e possam, em nome do Pai Tupã, que é o Pai do índio, é Pai de todos
nós, junto com o DMAE, botar água lá. Eu não sei se foi o DMAE, mas alguém veio
e falou nesta Casa que já botaram água. No Dia do Índio, nós não pudemos fazer
o evento lá. Por quê? Porque a água, nós chamamos a autoridade, nós pegamos um
vidro transparente - desta Casa já foram fazer o trabalho lá -, estava puro
barro. Mas nós fizemos no Dia do Índio um outro tipo de trabalho, queremos
conseguir o CD para dar uma cópia para os Vereadores desta Casa botar a rodar.
No
Dia do Índio estava puro barro aquelas duas caixas, a Funasa diz que dá aqueles
comprimidinhos, diz que está tudo o.k.,
que está tudo bom. Isso não é verdade, porque a matéria que fizemos no dia 19, no
Dia do Índio, mostra o barro que está, o fedorão que está. Quem tinha que estar
tomando essa água é quem não quer apoiar o povo charrua lá para botar essa
água. Eles vieram aqui, chegaram a vir - eu soube agora - e disseram que já
fizeram documento e que botaram a água. Então, nós, povo charrua, estamos
pedindo, com emergência, que o DMAE vá botar a água. Porque eu tenho documento
aqui dentro da minha mochila provando a agressão antes, quando estávamos
lutando no bairro Campo Novo lá - saímos reconhecidos de lá -, eles agrediram a
minha filha, agrediram a mim.
E
aquele rapaz que Pai Tupã tenha ele no céu. Eu não desejo mal para mim, nem
para o meu povo, nem para ninguém que está aqui ou fora. Tem a cara dele no
jornal, é o que foi lá; se alguém não me acredita, pode vir olhar, é aquele que
faleceu, que Deus tenha ele no céu. Ele foi lá para me expulsar, eu e o meu
povo charrua. E o outro, está o nome dele, anda por aí “voando a cueca”, de
repente está dentro desta Casa, no corredor. Está o nomezinho dele ali, ele agrediu
a minha filha e eu - eu tenho esse documento. O que eu quero dizer: eles têm,
eles devem uma e muito grave; então eles têm que ajudar o meu povo charrua e se
unir com esta Casa, com todos os Vereadores e ajudar o meu povo charrua. Que
não fiquem fazendo documento, como um papel mentiroso, dizendo que botaram água
lá. Que criem vergonha na cara, venham se unir aos Vereadores para fazer uma
coisa direita.
Pelo
Dia do Índio, eu faço um apelo a esta Casa para que ajude o meu povo charrua a
ter água o mais rápido possível. Nós já temos dinheiro para a construção, o que
está faltando é respeito com o meu povo charrua. Queremos a água de uma vez,
queremos a construção, mas estão desunidos conosco. Somos nós que estamos
tomando água do mato contaminada. Eles não, eles estão tomando água de
torneira, limpa, água com não sei o que mais - potássio, sei lá o que é isso -,
e o meu povo está tomando água com merda de gente. Estão vendo a mangueira,
pegando aquela água, tem merda de gente, porque a merda não fala de qual bunda
ela saiu. Tem merda de gente, merda de macaco, mijo de macaco. Temos várias
pessoas doentes. Um neto meu, que tem cinco anos, está botando sangue pelo ânus,
já foi hospitalizado, está tomando aquele tal leite... Não sei o nome direito.
Ele não pode comer isso, não pode comer aquilo, nada. E essa criança continua
botando sangue. Então, peço providências para os Vereadores, que se unam, que
falem com o DMAE, para que tenhamos água o mais rápido possível.
Muito
obrigada a esta Casa. O povo charrua foi reconhecido por aqui, todos os
Vereadores nos ajudaram. Agradeço a esta Casa em nome do Pai Tupã, que abençoe
a todos vocês. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Peço à Cacique que venha se sentar à
Mesa dos trabalhos.
O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, falo em nome do PSOL e em
nome do Partido Progressista. Com muita honra, Cacique Acuab, conheço bem as
suas lutas, conheço também a questão dramática do local de moradia, Sr.
Presidente. Então o PSOL se soma a essas denúncias, a esses protestos, a Verª
Fernanda Melchionna e eu.
Agora há pouco recebi do Movimento Ecológico
Popular, o MEP, a denúncia de que, aqui na Praça da Alfândega, para cortar as
árvores, estão sendo expulsos os índios da mesma tribo da Cacique Acuab, os
índios da tribo charrua. E, das vezes em que estive lá, Cacique, e que recebi
notícias, todas elas confirmaram suas informações de denúncias. Tenho certeza,
Sr. Presidente, de que devemos e podemos pressionar o DMAE para que tenha, de
uma forma imediata, urgente, mesmo que emergencial, a sensibilidade de colocar
água potável e tratada para os moradores, para os integrantes da tribo, da
comunidade na Lomba do Pinheiro, especificamente - corrige-me aqui a Cacique
Acuab -, na Estrada São Caetano, para que passe essa situação dramática que
estão vivenciando e que hoje temos a oportunidade, através da denúncia da
Cacique Acuab, de mostrar à população, assim mostramos também que queremos a
mudança desse quadro.
Com relação ao seu netinho, Cacique, eu não
tenho duvida de que o Pronto Socorro Municipal pode fazer o tratamento adequado
e que essa situação só terá uma solução definitiva com a água potável.
Conte conosco, com o PSOL, com o PP e, com
certeza, com outras Bancadas desta Casa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Cacique
Acuab, quero saudá-lo em nome da nossa Bancada; do nosso Líder, Ver. Engenheiro
Comassetto; do Ver. José Aldacir Oliboni, do Ver. Mauro Pinheiro, do Ver. Adeli
Sell, da Verª Maria Celeste e da Verª Sofia Cavedon. A nossa Bancada e a
Comissão de Direitos Humanos estão desde o início, com o Ver. Comassetto,
comigo também na luta pelo reconhecimento da comunidade charrua no Rio Grande
do Sul e pela conquista, agora realizada, da terra onde fica a aldeia.
Presidente Tessaro, na semana passada, a
Comissão de Saúde, a COSMAM, esteve lá, em função da denúncia aqui trazida de
que as crianças estariam com moléstias, com doenças por causa da água
contaminada. Eu fui até lá, em nome da Comissão, porque os demais Vereadores da
Comissão tinham outros compromissos; a Imprensa e a Assessoria da Casa também
foram. Pudemos comprovar o precário estado da água que abastece a aldeia. De
imediato, Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, entrei em contato com o
Prefeito, que se prontificou a tomar medidas, porque a água que está sendo
distribuída na aldeia é completamente degradada.
Existe também o pedido da Funasa, porque há uma
divisão: a Funasa cuida da parte interna da aldeia; a parte externa é de
obrigação do DMAE. Há um pedido da Funasa ao DMAE desde outubro do ano passado,
e até agora não houve manifestação por parte do DMAE. Essa situação não pode
perdurar, porque é obrigação do DMAE universalizar o atendimento em toda a
Cidade, em todo o Município de Porto Alegre. É preciso novamente uma cobrança,
e peço que o senhor a faça enquanto Casa, enquanto Câmara, no sentido de o DMAE
fazer as obras. Há uma rede da Corsan que fica à distância de 800 metros, e é
plenamente comum o DMAE abastecer alguns Municípios lindeiros assim como a
Corsan abastecer as regiões de Porto Alegre, quando é mais fácil, mais
adequado. Essa é uma necessidade urgente, porque a Funai se encarrega de pagar
a conta. Então, todos os problemas de vontade, de decisão, estão tomados, mas o
DMAE não faz o que deve. Fica aqui o nosso apelo para que o senhor interceda
junto ao Prefeito a fim de que ele cobre do DMAE uma solução. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente Nelcir Tessaro, ilustre Cacique Charrua
Acuab, venho aqui me solidarizar com as suas colocações e saudar o fato de
Porto Alegre já ter um PSF com um índio como Agente Comunitário de Saúde. Isso
é um ganho para os índios, é importante que se possa ampliar isso. O Posto da
Pitinga, para quem não sabe, tem um índio como Agente Comunitário de Saúde. E
quero muito especialmente falar do São Caetano, porque lá onde vocês moram é uma
comunidade que atendo há mais de dez anos. Atendo no Posto do Lami e, aos fins
de semana, na Estrada São Caetano nº 50 - Beco Casemiro Schmiedel, ali onde a
comunidade ergueu um prédio, e, como vocês disseram, é fundamental que a
Secretaria da Saúde institua ali um Programa de Saúde da Família.
Então, quero saudá-lo com essa colocação, quero
dizer que o seu pronunciamento ratifica o que nós temos falado aqui da comunidade
São Caetano, que é fundamental, pela dificuldade de acesso, ela ter uma equipe
de Programa de Saúde da Família. E já tem um local lá que pode atender tanto a
comunidade indígena quanto a não indígena. Estou à disposição no Posto de Saúde
do Lami para encaminhar e ajudar nesse problema específico de saúde que a
senhora mencionou. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO
RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Srª Cacique Charrua Acuab, é lamentável;
realmente, eu me sinto envergonhado, entristecido, porque, em pleno século XXI,
nós temos de escutar o que escutamos, hoje, aqui da senhora, e baixamos a
cabeça concordando com isso. Infelizmente, se pudéssemos retroceder no tempo,
nos séculos, voltaríamos à época em que o seu povo era livre, em que o nosso
povo era livre, pois hoje não é mais; é preso pelas correntes da burocracia. Se
dependesse de qualquer Vereador nesta Casa e de muitos políticos neste País que
são honestos, nós jamais ouviríamos isso em pleno século XXI.
Em nome da nossa Bancada, constituída por este
Vereador e pelos Vereadores Toni Proença e Elias Vidal, o PPS vai trabalhar
junto com a senhora na busca das soluções. Que as crianças não tomem mais essa
água contaminada, que lá tenham atendimento de Saúde, que o seu povo tenha seus
direitos respeitados. Nós somos oriundos do seu povo. Então, quero aqui deixar
a Bancada do PPS totalmente à disposição para que possamos trabalhar. Todos
falam que fizeram, mas, lá na ponta, nas periferias, nos morros ainda estão as
pessoas precisando, porque parece que Porto Alegre se resumiu, como o Brasil,
ao Centro da Cidade e não às periferias. Contem conosco. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais inscrições, eu quero dizer para
a Cacique Acuab que esta Casa, através desta Presidência, vai acolher as
manifestações dos Vereadores que aqui se pronunciaram, vai interceder e
encaminhar um ofício junto ao Departamento Municipal de Água e Esgoto para que
providencie a verificação do problema da Estrada São Caetano, para que lá seja
colocada a água necessária, a fim de que essas famílias não mais passem pelos
problemas que estão passando hoje. Faremos esse encaminhamento urgente. O Ver.
Elias Vidal, que é o Presidente da CUTHAB, está fazendo sinal, pedindo que, em
outra ocasião, a comunidade procure a CUTHAB, assim a Comissão poderá verificar
e encaminhar todas essas questões pontuais, Ver. Engenheiro Comassetto, para
que elas se resolvam imediatamente. Então, quero agradecer à sua presença e
dizer que esta Casa vai interceder junto aos órgãos municipais, para que eles possam
auxiliar, amenizar a situação pela qual a comunidade está passando. Muito
obrigado.
Dando prosseguimento à Sessão, nós queremos
chamar, para que faça uso da tribuna, o Sr. Rafael Simões, mobilizador do
Ministério dos Esportes no Rio Grande do Sul. O Sr. Rafael vem, hoje, convidar
as Sras Vereadoras, os Srs. Vereadores e a comunidade
desportista desta Cidade para a Conferência Municipal de Esporte, que será
realizada no próximo domingo, no Colégio Americano.
O Sr. Rafael Simões está com a palavra.
O SR. RAFAEL
SIMÕES: Boa-tarde
a todos e todas, quero saudar as Vereadoras e os Vereadores aqui desta Casa, na
pessoa do Presidente Nelcir Tessaro. Faço um cumprimento especial ao Ver. Paulinho
Ruben Berta, que é do bairro onde eu cresci, há muito tempo conheço o Paulinho;
e também à Verª Fernanda Melchionna, companheira, não de Partido, mas de
movimento estudantil.
Eu queria aproveitar o meu tempo aqui e dizer o
seguinte: vai acontecer, já está em pleno processo, nobres Vereadoras e
Vereadores, a III Conferência Nacional de Esporte e Lazer em nosso País. A
gente sabe que as causas do esporte e lazer em nosso País estão muito bem
posicionadas. O Brasil, há pouco tempo, ganhou o direito de organizar
megaeventos mundiais, como a Copa do Mundo, como as Olimpíadas, as
Paraolimpíadas e os Jogos Militares. Nós pensamos, para uma Conferência como
esta, em chamar o povo brasileiro e a sociedade brasileira para debater o
esporte. E, a partir desses debates, saiu um Plano Decenal do Esporte e
Lazer para o nosso País, tirando ações, metas e linhas estratégicas, para que,
de hoje até 2020, possamos elaborar e atingir uma série de objetivos na área do
esporte e do lazer. Então, o meu objetivo é poder dialogar com vocês,
Vereadores e Vereadoras, para que possam contribuir nesse processo de debate e
mobilização.
A
Conferência, na sua etapa estadual, vai acontecer nos dias 07 e 08 de maio, na
cidade de Canoas, no campus da Ulbra;
e a nossa Conferência, aqui na Capital dos gaúchos e das gaúchas, acontece no
próximo domingo, dia 25 de abril, a partir das 9h, no campus do IPA. Eu queria reforçar o convite a todos e dizer que é
muito importante a participação de vocês, não apenas pelo número de
participantes na Conferência de Porto Alegre, mas também pela elaboração. Eu
vejo aqui o Ver. Bosco, nosso interlocutor também, enquanto Secretário de
Esportes. A Secretaria de Esportes de Porto Alegre vem contribuindo com o
processo, assim como a UAMPA, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas,
a União Estadual dos Estudantes, o CREF e uma série de entidades. A própria
Câmara de Vereadores vem somando forças para que Porto Alegre possa estar
incluída nesse Plano Decenal.
Nós
temos uma série de ações e metas um tanto ousada. Muito se fala, por onde a
gente passa, que o esporte deveria voltar com força ao ambiente escolar, voltar
com força às universidades. Fala-se sobre a pesquisa, a extensão, a valorização
profissional. E esses pontos que eu coloco aqui serão contemplados no debate da
III Conferência, e são metas ousadas, como, por exemplo, a de implementar o
Programa Segundo Tempo em cem por cento das escolas de Ensino Fundamental do
nosso País. Então, se esse projeto, se essa ação for votada, for reforçada
pelos Delegados e Delegadas, a gente vai chegar, Presidente Tessaro, ao ano
2020 com todos os estudantes brasileiros matriculados no Ensino Fundamental com
acesso ao esporte e ao lazer através do Programa Segundo Tempo.
Além
dessas metas, temos outras metas ousadas também, como implementar o Programa
Esporte e Lazer da Cidade, o PELC, em 80% das cidades brasileiras; garantir a
ampliação de recursos a partir de um projeto de Emenda Constitucional, para que
se possa garantir, pelo menos, 2% dos recursos da União e 1,5% dos Estados e
Municípios para o esporte. Sabemos que, hoje, se pudéssemos dispor de 2% dos
recursos da União para implementar programas e ações na área do esporte e
lazer, quadruplicaríamos a verba. Nesse sentido, foi pensado um grande Plano
Decenal para garantir que o esporte seja visto e considerado conforme aquilo
que está escrito na nossa Constituição: um bem público, algo a que todos os brasileiros
e brasileiras de todas as idades e classes sociais devem ter acesso.
Então,
nesse sentido, gostaria de reforçar a todos vocês, Vereadores e Vereadoras de
Porto Alegre, o convite para participarem dessa Conferência Nacional na etapa
de Porto Alegre e, assim, participarem também da etapa estadual, que vai
acontecer no início de maio, na cidade de Canoas. Porto Alegre vem
implementando já há bastante tempo uma série de políticas públicas importantes
na área de esporte e lazer, mas é preciso continuar avançando. E, na minha
opinião, continuar avançando é garantir uma grande Conferência no dia 25, no campus do IPA, às 9h, Presidente
Tessaro, e garantir que Porto Alegre possa usufruir, possa entrar com força
nesse Plano Decenal, possa pensar e elaborar propostas de cunho municipal para
o seu esporte e lazer, e que esse núcleo de esporte em Porto Alegre e no nosso
Estado, no próximo período, possa colher frutos.
A
gente vem rodando pelo Estado, e eu queria anunciar aqui que mais de quatro mil
gaúchos e gaúchas já participaram do processo da Conferência. Então, já está
sendo uma Conferência massiva. Ainda falta acontecer as Conferências de Porto
Alegre, Pelotas e Viamão, portanto ainda há grandes Conferências por vir, e nós
já temos esse número grande de participantes. Além disso, temos também grandes
propostas para a área do Esporte no nosso Estado, Vereadores e Vereadoras.
Temos aqui, com força, surgindo a necessidade da criação de uma Secretaria de
Estado específica na área do Esporte e Lazer. Estamos vendo nascer com muita
força, Vereadores e Vereadoras, uma proposta para garantir um Conselho Estadual
de Esporte e Lazer no nosso Estado, que faça uma verdadeira interlocução entre
as políticas públicas da sociedade civil e o Estado do Rio Grande do Sul. Vemos
nascer com força a consolidação dos programas municipais e estaduais de esporte
que já acontecem.
Em
nível nacional, temos grandes possibilidades. Eu acho que a palavra, Vereadores
e Vereadoras, que talvez caracterize esse processo de Conferência seja
“oportunidade”. Temos a oportunidade, enquanto cidadãos, de implementar, de
elaborar um Plano Decenal para o esporte brasileiro e aproveitar não só para
garantir legados sociais desses megaeventos que vão acontecer no nosso País,
mas também para consolidar as políticas e programas que já vêm sendo
implementados pelo Ministério do Esporte. O Ministério do Esporte é
relativamente novo: existe desde janeiro de 2003. Nesse período curto de tempo,
foram realizadas três Conferências Nacionais; foram implementados bons projetos
na área do Esporte e Lazer, como o Programa Segundo Tempo e o Programa Esporte
e Lazer da Cidade; foi organizado o Conselho Nacional de Esporte e Lazer e,
também, como um ganho da II Conferência, nasceu a Lei Federal de Incentivo ao Esporte,
lei que a cidade de Porto Alegre já possui. Achamos importante implementar uma
lei dessa natureza no Estado do Rio Grande do Sul para garantir que os empresários
também possam contribuir com os projetos do esporte no nosso Estado e nas
grandes cidades do Rio Grande do Sul.
Então,
eu queria me despedir, agradecendo imensamente o espaço nesta Casa. A gente
valoriza muito a interlocução com esta Casa, com os Vereadores e Vereadoras,
temos certeza de que podemos esperar a grande maioria de vocês no domingo, dia
25 de abril, às 9h, no IPA. Não só com vocês, mas com toda a rede social que os
mandatos e gabinetes de vocês movimentam e as lideranças dos movimentos sociais
da área do esporte. Eu acho que podemos realizar uma grande Conferência em
Porto Alegre, e ela ser fundamental na elaboração do Plano Decenal, nas suas
propostas para o Rio Grande do Sul e nas propostas para o Plano Decenal de
Esporte e Lazer no nosso País. Muito obrigado pelo espaço. Estou à disposição
de vocês. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, Rafael Simões. Eu quero dizer
que esta Casa, com toda a certeza, vai se mobilizar para o apoio e o
comparecimento a essa Conferência. Eu vejo que estão aqui o Sandro, da UAMPA, e
a Marla, da Fundergs, que também estão engajados nessa mobilização. A etapa
municipal da preparação para a Conferência Nacional dos Esportes é muito
importante, porque daí serão tirados os Conselheiros, que realmente vão decidir
e trabalhar em Brasília. No momento em que tivermos os 2% constitucionais
gravados para essa finalidade, o esporte só tem a ganhar. Então, quero te
agradecer por vir a esta Casa e nos fazer o convite. As pessoas ligadas ao
esporte - como o Ver. João Bosco Vaz, sempre dedicado ao esporte, assim como o
seu Secretário Edgar - já estão imbuídas para que haja esse engajamento
municipal. E nós temos certeza do êxito. Estaremos lá no domingo para a
abertura, às 8h30min, no Colégio Americano. Muito obrigado e conte sempre com
esta Casa, que está à sua disposição.
Passamos
às
COMUNICAÇÕES
Hoje este período é destinado a
apresentar o Projeto Centro Popular de Compras: Planejamento e Organização do
Território. Convidamos para
compor a Mesa o Sr. Washington Moreira, o Sr. Luciano Buzzinello, que são estudantes
da Unilasalle, e o Professor Leandro Lopes.
O Sr. Leandro Lopes, Professor da Unilasalle,
está com a palavra.
O SR. LEANDRO LOPES: Boa-tarde aos senhores. Eu sou o
Professor Leandro Lopes, da Unilasalle, em Canoas, do curso de Geografia, da
disciplina de Planejamento e Organização do Território. Aqui comigo estão dois
estudantes, o Washington e o Luciano, que participaram da disciplina que
ministrei. Eu gostaria de saudar a Bancada, o Presidente Tessaro, o Ver. João
Antonio Dib, que já é um ícone desta Casa, e também a Verª Fernanda Melchionna,
por intermédio de quem nós temos, hoje, a oportunidade de apresentar as ideias
que tivemos no seio da nossa disciplina, do nosso curso na Unilasalle. Louvamos
as iniciativas da Verª Fernanda Melchionna e nos solidarizamos com a sua luta
social, sobretudo com a luta que tem travado em prol dos comerciantes do
Shopping do Porto. As dificuldades são muito grandes, mas temos aqui bons
representantes, dentre os quais a Vereadora, que tem se dedicado a essa causa,
com a qual nós estamos querendo contribuir. Agradecemos à Verª Fernanda
Melchionna por ter acolhido a nossa ideia, porque hoje encontramos, muitas
vezes, dificuldade em expor as ideias nos locais corretos e, através da
Fernanda, temos esta oportunidade aqui.
Vamos
apresentar o planejamento e a organização do território envolvendo o Centro
Popular de Compras, o Shopping do Porto. Primeiramente, gostaria de dizer que
nós, geógrafos, estamos preocupados não apenas em resolver problemas pontuais,
a nossa preocupação gira em torno da compreensão da lógica da organização
espacial e territorial, a lógica que preside essa organização. O nosso
interesse é lidar em cima desse conjunto de elementos mais amplos que estão
associados a essa lógica que envolve o Centro Popular de Compras. Uma primeira
observação que gostaríamos de fazer com relação ao planejamento é que vemos a
ação do planejamento sob duas óticas: o planejamento preventivo, que é aquele
que se antecipa ao futuro, que vai adiante no tempo, tenta prever e identificar
gargalos, deficiências e problemas, antecipando-se a eles; e o planejamento
corretivo, que se faz em cima de uma realidade já pronta, estabelecida,
buscando corrigi-la ou melhorá-la. Muitas vezes, a correção de um planejamento
feito está em continuar planejando em cima dele. Muitas vezes o planejamento só
se completa à medida que outros passos são dados na direção da sua
concretização plena. Vejamos o caso da 3ª Perimetral, que é um caso emblemático
em Porto Alegre: um bom planejamento, mas com deficiências mesmo após a sua
conclusão e que está a exigir novas medidas para ser viabilizado, com fluidez e
na sua plenitude, de forma ótima.
Com
relação ao Centro Popular de Compras, o problema que deu origem à necessidade
do planejamento corretivo é o problema que os senhores todos conhecem: os
camelôs nas ruas praticando o comércio informal, prejudicando os comerciantes
já instalados, atrapalhando a mobilidade e o trânsito e, além disso, sujando a
Cidade.
(Apresentação
de
PowerPoint.)
O SR. LEANDRO LOPES: Aqui temos uma imagem que mostra toda a
área da Praça XV ocupada pelos camelôs. Esta imagem até um tempo recente era
uma realidade, hoje esta imagem já não existe, é impossível obtê-la por meio de
satélite ou de foto aérea, porque eles não estão mais lá. Era um problema,
precisava ser equacionado.
Aqui
uma outra cena: camelôs nas suas bancas, algumas vendendo mercadorias lícitas,
outras ilícitas - esse é um outro problema, um problema à parte. A solução,
depois de muito se pensar e debater, foi a construção do Camelódromo, do Centro
Popular de Compras, que, já em outras localidades do Brasil, havia sido
implantado e passou a ser cogitado para Porto Alegre também.
Aqui
temos uma imagem aérea do CPC: temos a Av. Mauá, a Av. Júlio de Castilhos e
aqui a Rua Voluntários da Pátria. Mais uma imagem: o CPC tem 18 mil e 521
metros quadrados; 800 lojas; foi inaugurado em 2009, e o custo estimado era de
11 milhões e 400 mil reais. Aqui nós temos a entrada do CPC, uma escada
rolante, os senhores conhecem, os terminais dos ônibus na parte inferior. Aqui
uma outra visão: a visão do terminal, na parte inferior, que foi construído
sobre pilotis; as laterais, envidraçadas. Aqui temos uma visão superior do
estacionamento, da área superior do shopping.
Mas
aí surgiram novos problemas, principalmente relacionados ao Setor B, aos
fundos, àquela área próxima à Av. Mauá. A escassez de fluxo de pessoas no Setor
B do CPC hoje é um grande problema. Essa área se tornou um fundão, por assim
dizer, o que resulta na frustração dos comerciantes que tiveram as suas
expectativas de lucros não atendidas. Esse é um grande problema daquela área.
Consequentemente, temos visto ocorrer a inadimplência nos pagamentos dos aluguéis
dos quiosques e a alta rotatividade naquela área, com as pessoas vendendo as suas
lojas, passando adiante. Houve estratégias - aquilo que nós temos acompanhado
nos jornais, porque não somos propriamente especialistas na área, então, nós nos
baseamos muito naquilo que lemos nos jornais: organização de eventos, como
desfile de roupas, eventos organizados pelos próprios comerciantes. Mais
recentemente, houve a criação do Fundo Financeiro, que teve a participação da
nossa Fernanda, para ajudar os comerciantes a compensar as suas rendas
negativas. Disponibilizar ao público o estacionamento superior com reversão de
renda em favor dos comerciantes também é uma outra estratégia.
A
nossa proposta, pensada em cima do problema mais amplo do CPC, é no sentido de reorganizar
os espaços. Claro que toda reorganização possui um custo. Pensamos na construção
de um conduto para ligação do Shopping do Porto com a Estação Mercado, do
Trensurb. O sentido dessa proposta é mais amplo, pois hoje nós temos todo o
debate - até mesmo há um espaço sendo dado para a revitalização do Cais do
Porto - visando à Copa do Mundo, visando ao futuro da Cidade, à ligação com o
rio. Então, nós queremos contextualizar essa proposta, demonstrando que ela não
serve apenas aos interesses dos comerciantes daquela ala, pessoas que seriam naturalmente
beneficiadas e poderiam ter os seus problemas resolvidos com essa proposta. Temos
aqui um primeiro esboço, uma visão aérea do que seria um conduto ligando o CPC
à Estação Mercado, do trem. Esta é uma visão mais distante. Aqui uma outra
visão: Shopping do Porto, Estação Mercado, do trem. Claro que temos aqui a via
do trem; faria este trajeto. Aqui já temos uma imagem um pouquinho mais focada:
ele sai da ala anterior, cruza a Av. Mauá, com inflect para o trem.
O
projeto do conduto não deve ser entendido como estratégia de planejamento corretivo,
visto que a construção da conexão não se resume a corrigir as deficiências que
emergiram do planejamento do CPC. Numa visão estratégico-espacial mais ampla, o
projeto do conduto representa a continuação necessária de um planejamento bem
sucedido, porém completo; esse é o nosso entendimento. O nosso entendimento é
que o Camelódromo foi um bom plano, fruto de um pensar exaustivo, mas que não
está completo, precisaria ser completado - não corrigido, mas completado - por
meio de um acréscimo estrutural, de modo que a construção do conduto significa,
portanto, o investimento final necessário à otimização daquilo que foi iniciado
com a criação do CPC.
Aqui
temos uma outra imagem, a da maquete: ele sai da ala anterior, depois há inflect de 90 graus para o Sul, na
direção da Estação Mercado. Aqui existe uma continuidade, vai-se ligar ao Cais
do Porto. Ele tem 259 metros de comprimento. Como colocamos no início, é apenas
uma ideia, isso não significa um projeto. Não temos cálculos feitos, nós temos é
uma ideia de rearranjo da organização espacial. Nem mesmo a estrutura dele... É
uma estrutura sugestiva aqui, com treliça, na verdade é uma parede. Entendemos
que precisaria ser fechada, até para um eventual aproveitamento publicitário.
Uma outra parede poderia ser mais livre para garantir a visão do lago Guaíba.
Aqui,
a partir da Estação Mercado, há uma visão de outro ângulo. Elencamos alguns
benefícios dentro de um contexto socioeconômico espacial. Identificamos
vantagens em seis setores: social, naturalmente; logístico, mobilidade,
segurança, paisagístico e econômico. Vantagens na área social: geração ou
aumento do fluxo de pessoas consumidoras no fundo do shopping. Provavelmente, isso iria garantir um fluxo permanente de
pessoas naquela área. Nós, no Planejamento, entendemos que uma estrutura
plotada no território enseja fluxo, vide 3ª Perimetral - novamente a usando
como exemplo. A 3ª Perimetral, hoje, em alguns pontos, tem um fluxo muito maior
do que tinha antes de ser construída, antes de ser fundada. Entendemos que esse
fluxo há de aumentar naquela área anterior do Centro Popular de Compras, o CPC.
No
aspecto logístico, teremos aqui uma ligação direta do CPC com o Trensurb e uma
ligação direta do CPC com a área do Cais do Porto, facilitando, portanto, a
conexão bimodal entre trem e barco - dependendo do que se tenha como pretensão,
como ativarmos o transporte hidroviário -, esta conexão talvez seja muito
importante; entre trem e ônibus metropolitanos, nem se fala, os ônibus
metropolitanos que estão ali embaixo da estrutura do CPC; entre trem e
estacionamento, tanto estacionamento do CPC, como os outros estacionamentos da
área central de Porto Alegre. Ligação direta do CPC: a vantagem é que diminui a
distância percorrida, isso implica redução do esforço físico. Sabemos muito bem
o que é andar com peso, andar com malas, com bagagem, sair de um trem, ir para
um ônibus, fazer essa conexão cheio de mercadorias, cheio de cargas. Percurso de
trajetos sob cobertura: seria um trajeto sob cobertura. Sabemos muito bem o que
são os nossos verões e os nossos invernos chuvosos, isto iria facilitar
tremendamente esses deslocamentos.
Vou
passar a palavra para o Luciano Buzzinello falar um pouco sobre o aspecto da
mobilidade.
O SR. LUCIANO BUZZINELLO: Boa-tarde a todos os Vereadores, obrigado
por esta oportunidade, como o professor já havia colocado.
Bom,
quando à vantagem da construção da passarela ligando Estação Mercado, do
Trensurb, ao CPC: seria a diminuição do fluxo de pedestres naquela parte do
Centro de Porto Alegre, da Estação Mercado ao Camelódromo. Por quê? Porque ali
onde está localizado o CPC é de onde sai a maioria dos ônibus para a Região
Metropolitana de Porto Alegre. Então, o fluxo de pessoas, de trabalhadores que
circulam por ali, diariamente, é enorme. Como fizemos essa colocação? Esta
imagem mostra a saída da Estação Metrô. Para quem vem deste lado, do lado do
Mercado Público, há quatro faixas de segurança que o pedestre tem que
atravessar, sendo algumas com sinaleiras, outras não; quando abre a sinaleira -
para liberar o fluxo de veículos -, fecha uma, e abrem outras. Então, fica
complicado para o pedestre caminhar no Centro. Todos sabem que o Centro de
Porto Alegre é complicado pelo grande número de veículos e mais as linhas de
ônibus.
Do
outro lado também temos: uma, duas, três, quatro, cinco faixas de segurança,
sendo que a sinaleira existe aqui, só que, quando fecha para o pedestre
atravessar daqui para cá, abre para os ônibus saírem em direção à distribuição
das linhas. Então, qual é a vantagem? Se o pedestre desce da Estação Mercado,
percorre aqui, até chegar ao terminal de ônibus da Praça Rui Barbosa, onde está
o CPC; dá um total de 400 metros esse trajeto do pedestre. Pela passarela, ele,
saindo direto da Estação do Mercado, vai percorrer uma distância de 250 metros
e com total segurança, sem faixa de segurança, sem faixa para atravessar, livre.
Uma parte coberta da passarela, então, diminuiria o risco de um possível
atropelamento naquela área. Também se poderia pensar numa outra alternativa com
a construção da passarela na questão viária daquele miolo do Centro de Porto
Alegre, na questão de sinaleiras, de fluxo de ônibus, poderia se ter uma outra ideia
a ser colocada. Então, esta é a vantagem: a diminuição de pedestres nessa área,
porque, de acordo com o Trensurb, são mais de 150 mil pessoas que circulam, por
dia, da Estação do Mercado ao Centro de Porto Alegre.
Aqui
há uma outra imagem aérea, de um outro ângulo: há todas estas faixas de
segurança até o pedestre chegar ao CPC, e, embaixo, estão os terminais de
ônibus da Conorte, Soul, Vicasa e Sogil, muita gente, nessa área, utiliza esse
transporte público. Indo pela passarela - 250 metros até chegar aqui -,
passaria por dentro do CPC e sairia nas paradas distintas. O trajeto aqui tem
400 metros, saindo desta parte do Trensurb e vindo por este lado, atravessando
todas essas vias; até aqui são 400 metros. E aqui são 259 metros, mas o cálculo
exato fechou em 250 metros com a construção da passarela.
No
aspecto da segurança também teríamos a redução do tempo de exposição das
pessoas nas ruas, implicando uma diminuição dos assaltos e a melhora da
segurança. Todos nós sabemos o que significa estar exposto no Centro da Cidade:
quanto menos tempo melhor.
O SR. LEANDRO LOPES: No aspecto paisagístico, seria um conduto
com vista para o Guaíba, um contato com o Guaíba; haveria até uma melhora
visual, se pensarmos que uma construção como esta se constituiria em uma obra
de arte, dependendo de como viesse a ser feita. No aspecto econômico, teríamos o
aumento nas vendas dos comerciantes do Setor B, um aumento esperado; novas
rendas de aluguel pela concessão de novos espaços comerciais internos. A nossa
intenção seria projetar esse conduto para receber novos espaços comerciais, com
a utilização publicitária da lateral do conduto, o que também poderia ser usado
como fonte de receita. É um resumo, então, das repercussões que elencamos na
área social, na logística, em termos de mobilidade, na área de segurança, na
área paisagística e no aspecto econômico.
Custo
estimado do empreendimento: imaginamos que na casa dos dois milhões de reais.
Aqui,
então, há uma sucessão dinâmica da nossa maquete digital para os senhores
acompanharem. Eu enfatizo que esta proposta, como eu acho que todos perceberam,
não se resume apenas a atender interesses exclusivos, específicos; é uma
proposta estratégica de rearranjo espacial e que, mesmo que não ensejasse mais
lucros para aqueles comerciantes daquela área, já faria sentido por todo o
benefício que iria gerar para a Cidade, nesse contexto espacial mais local, o
Centro da Cidade, tão preocupante, com problemas tão arraigados e que exigem a
nossa atenção. Enfatizamos também que não passa de uma ideia: não realizamos um
projeto, apenas tivemos uma ideia e a estamos lançando aos Srs. Vereadores.
Nós,
a Unilasalle, agradecemos aos Srs. Vereadores pela atenção e à Verª Fernanda,
por ter acatado a nossa proposta. Ao mesmo tempo, queremos dizer que é uma
proposta que enseja um sinergismo muito grande entre diversos elementos, em que
um reforça o outro. Acreditamos ser uma proposta de grande valia para a
resolução desse problema e de outros que se apresentam naquela área. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agradecemos ao Professor Leandro e aos
demais estudantes da Unilasalle a apresentação.
Continuamos
com o tema específico de hoje: Projeto Centro Popular de Compras, Planejamento
e Organização do Território. É um tema importante, nós sabemos da importância
da utilização do Centro da Cidade, para que possamos ter um melhor
aproveitamento.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores,
Vereadoras, público que nos assiste; prezado Baiano, que já virou um gaúcho,
que nos presenteia, hoje, com a sua presença na plateia; prezado Professor
Leandro; Leonardo, Rafael, Washington. Eu queria saudá-los e também saudar todo
o grupo: a Deise, o Luciano, o Buzzinello, o Alex Trindade, o Rodrigo Machado,
o Alexandre Freitas, que eram alunos dessa disciplina, Ver. João Antonio Dib,
que se chama Planejamento e Organização do Território. Estes estudantes, a
partir de uma disciplina, fizeram o belo Projeto que nós tivemos oportunidade
de conhecer hoje. Pareceu-me muito importante trazê-los a esta Casa, para que
pudessem apresentar este trabalho aos Vereadores e às Vereadoras.
Em
primeiro lugar, porque queremos uma universidade engajada, porque queremos
estudantes que, como vocês, sonhem que o seu conhecimento, aprendido nos bancos
da universidade, sirva para melhorar as condições da Cidade, as condições
sociais, as condições logísticas, e foi exatamente o que vocês fizeram com este
belo trabalho, realizado sob a orientação do Professor Leandro. E, segundo,
porque nós, Vereadores desta Cidade, temos um problema concreto, sobre o qual
esta Câmara se debruça há um ano: o fluxo de pessoas no Setor B. Inclusive,
peço desculpas, porque, justamente durante a apresentação, estávamos tentando
resolver um problema da reunião que hoje temos sobre a questão de onze pessoas
que tiveram suas bancas lacradas e o material retirado - bancas do Setor B -,
por conta de não conseguirem pagar o aluguel em função do pouco fluxo. Hoje
mesmo, já temos outra reunião para tentar resolver esse problema junto ao
Executivo Municipal.
Mas
eu queria comentar aspectos importantes sobre esta questão, Ver. Toni Proença,
que desde o início acompanhou essa luta, Verª Sofia, Ver. Elias, Ver. Airto
Ferronato e tantos outros que, desde o início, acompanharam a discussão do
Centro Popular de Compras. Primeiro, há necessidade de um projeto que ajude a
aumentar o fluxo de pessoas. Houve o projeto de desfiles... Nós queremos um
rezoneamento a partir do Fundo Municipal, que foi aprovado por esta Casa.
Estamos buscando, desde o início, incentivar o microcrédito. Aprovamos, Ver.
Todeschini, uma Emenda que vincula o Cais Mauá com o Camelódromo, justamente para
beneficiar o Setor B, que tem pouco fluxo. Esse Projeto vem justamente no
sentido da Emenda que foi aprovada nesta Casa. Quero alertar para isso, porque
nós, naquele momento, dissemos que haveria uma ligação entre o Cais e o Centro
Popular de Compras.
O
projeto, oriundo de uma disciplina da Universidade, é mais audaz, porque, ao
mesmo tempo em que propõe uma ligação entre a Estação Mercado, o Centro Popular
de Compras e o Cais Mauá, poderia - já foi consultado a Trensurb também,
estudantes estiveram lá, é plenamente possível fazer essa passarela seis metros
acima - ajudar no fluxo de pessoas, ajudar aqueles que precisam descer do metrô
e tomar o ônibus para a Região Metropolitana e algumas linhas da Zona Norte,
que é justamente embaixo do Camelódromo. Também ajudaria na segurança dos
pedestres, que necessitam muitas vezes atravessar a rua numa área que sabemos,
do ponto de vista da acessibilidade urbana, que está cada vez mais
estrangulada, que é o Centro da nossa Cidade. O Projeto propõe, inclusive, o
conduto como um melhoramento, um embelezamento dessa área da Cidade; há vários
exemplos de passarelas e condutos que tornam as cidades mais bonitas.
Na
minha opinião, a questão número um tem a ver com a questão social, com a
inclusão desses trabalhadores que não conseguem vender. Isso ajudaria,
melhoraria a Cidade, faria a ligação com o Cais e traria também uma mudança na
questão da mobilidade urbana. Fiz questão de que os alunos e os professores
viessem a esta Casa para apresentar este projeto - não temos ainda o resultado
de qual vai ser o conduto do Cais para o Camelódromo, para que seja levado ao
Executivo Municipal, Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, e haja um parecer
a um projeto tão importante -, uma maneira de fazer com que esta Casa ouça as
grandes contribuições que temos no banco da universidade; neste caso, a
Universidade La Salle.
Parebenizo
novamente o Professor Leandro e os seus alunos. Que bom ver a Universidade
engajada para melhorar nossa Cidade. Espero que esta Casa retribua os estudos.
E o projeto não é no sentido de adaptar, o Professor Leandro falou bem sobre
isso. Que possamos nos debruçar sobre os projetos que vêm da sociedade tentando
transformar Porto Alegre, tornando-a uma cidade mais bonita, mais inclusiva e
melhor para o deslocamento dos nossos porto-alegrenses. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra
em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Tessaro; senhoras e
senhores Vereadores, professores e alunos da Universidade Unilasalle, alunos
que acompanham aqui o nosso debate, boa-tarde. Primeiro, quero parabenizar a Universidade
e o curso pelo compromisso de produzir conhecimento a partir do conhecimento da
realidade, Professor Leandro, porque entendo que este é um papel imprescindível
que as universidades precisam cumprir: o conhecimento novo que resolve e aponta
soluções para os problemas reais. Esperamos que isso aconteça nesse lugar, que
é o lugar do estudo da produção de novos profissionais, já pensando em soluções
novas para a vida real; não esperamos uma universidade fora da vida real. O
testemunho de vocês mostra isso.
Segundo,
a complexidade do Camelódromo nos mostra o quanto, infelizmente, na Prefeitura
de Porto Alegre, não temos uma preocupação com o planejamento integrado das
ações. Vocês devem levar em conta, no estudo de vocês, que há muita
pertinência, uma solução bastante pertinente para vários problemas. Se levarem
em conta a perspectiva do Projeto do Cais do Porto, ou se considerarem os
Portais da Cidade, que é uma proposta do Governo Municipal, que, apesar de
controversa, segue em frente, verão que essas propostas não dialogam entre si.
Há uma proposta de que um Portal seja localizado embaixo do Camelódromo, nós
não sabemos bem como isso pode acontecer, não temos noção, nem a Câmara de
Vereadores tem muita noção de onde os Portais serão, mas está muito claro que
não há um planejamento integrado dessas ações. O Camelódromo não foi estudado,
pensado pela Secretaria do Planejamento a partir da característica dessa obra,
da necessidade de garantir a proximidade dos camelôs da população transeunte.
Não foi planejado em vista das novidades que, talvez, surjam na cidade de Porto
Alegre, sequer as universidades foram chamadas para pensar o problema, nem
depois de um ano de sérios problemas no Camelódromo.
E eu imagino que não tenha sido por convite da
Prefeitura que vocês tenham desenvolvido esse trabalho. Acho que não. Não vi
iniciativas de nenhuma ordem, seja do Secretário da SMIC anterior ou do
Governo, Verª Fernanda, de chamar as universidades - nem antes, nem durante,
nem depois - para pensar, de fato, numa solução efetiva para os camelôs. Hoje
está provado que nós temos um grande investimento privado que não tem como se recuperar
apenas com os aluguéis dos camelôs. Eles deveriam, na verdade, ter um espaço
com um aluguel simbólico, subsidiado, pagando muito pouco, porque a
característica do trabalho desses comerciantes é de um trabalho com produtos
mais simples e do lucro pela quantidade. E nós temos ali, portanto, em metade do
Camelódromo, um desastre em relação à realização da projeção do equilíbrio
econômico que a Verdicon fez. Não foi o Governo Municipal que pensou e que
projetou as mudanças na Cidade, que projetou essa ligação, que é uma proposta
interessante. Eu sugiro, Sr. Presidente, que encaminhemos ao Governo Municipal
esse estudo e essa interlocução, para que o Governo analise, porque acho que
isso é fundamental, pode ajudar, mas não tira outras responsabilidades do
Governo. Quando há uma concessão, o Governo tem de continuar sendo mediador,
tem de continuar sendo fiscalizador dessa concessão pública, ela não pode
perder o seu fim.
Há grandes distorções dentro do Camelódromo,
independente da passarela, que precisam ser enfrentadas. Talvez a passarela não
resolva o problema do zoneamento; talvez, a passarela faça com que o Setor B
venda muito mais do que o A. Então, o acompanhamento do desempenho dos camelôs,
do nível de vendas, nada disso a Prefeitura faz. E não tem como adequar o projeto
à medida da sua experimentação. Uma iniciativa como esta é muito bem-vinda,
pena que nós sentimos que vem para uma Cidade que trabalha de forma muito
fragmentada o seu planejamento e o investimento. Parabéns, que isso possa
contribuir para um novo modo de pensar a Cidade. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Quero registrar a presença de 31 alunos da
Escola Neópolis, de Gravataí, acompanhados pelos Professores Cleonice de Oliveira, Mariza Souza Gomes
e Matheus da Silva, acompanhados também pelo Jorge Barcellos, nosso Chefe do
Memorial. Queremos agradecer a presença de vocês e dizer que esta Casa, a Casa
do Povo, está sempre aberta para receber todas as escolas da Grande Porto
Alegre, do Estado, para que conheçam o trabalho que aqui é desenvolvido.
Obrigado, bom final de semana a vocês!
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e
Vereadores; nossos convidados, é um prazer tê-los aqui. Receba a juventude que
aqui está um grande abraço, procurem sempre, pelo rádio, pela televisão ou pela
Internet, saber o que os Vereadores, os políticos estão fazendo, principalmente
aqueles que trabalham, e trabalham bem, como acontece aqui nesta Câmara de
Vereadores na sua grande maioria.
Sr.
Presidente, o trabalho desenvolvido pela Unilasalle, através do seu grupo - e cumprimento
o Professor Leandro -, nada mais é do um método para elaboração de um projeto
de valia para uma comunidade, cujo conjunto das suas complexidades deve ser
analisado, deve ser levado em consideração, a fim de serem apresentadas as soluções
devidas, para que possíveis problemas não venham a ocorrer durante a sua
implantação e durante a sua vida útil.
Queremos
dizer que infelizmente o CPC - Centro Popular de Compras -, o famoso
Camelódromo de Porto Alegre, foi uma boa iniciativa, sim, mas não se levou em
consideração esse método dos impactos em relação ao meio da urbanidade, sobre a
questão econômica, sobre a questão da mobilidade urbana, sobre a questão da
acessibilidade, sobre a questão da sobrevivência econômica - principalmente
econômica dos permissionários, porque a questão da sobrevivência econômica do
seu empresário foi levada muito em consideração. Então, esses problemas têm
surgido, e eu vou trazer um deles aqui, Ver. Bernardino - o Ver. Cecchim não
está aqui hoje: em 2007 fizemos um acordo na CUTHAB que até hoje não foi
cumprido. Ver. João Antonio Dib, eu tenho insistido aqui que aquela região onde
está hoje o Centro Popular de Compras era um terminal, sempre foi um terminal
de ônibus, e todo aquele comércio que existe na região é de pequenas e médias
empresas, na sua grande maioria é do ramo de alimentação.
Por
falar nisso, convidamos todos para a instalação, aqui nesta Casa, da Frente
Parlamentar em Defesa da Pequena e da Média Empresa, com a presença do Presidente
Nacional do Sebrae, o Sr. Paulo Okamotto.
Como
eu dizia, aquelas pequenas e médias empresas ali instaladas, na sua grande
maioria do ramo de alimentação, pequenos e médios restaurantes, não foram
ouvidas nesse processo, o projeto não as levou em consideração. Então aquele trânsito
que ali havia - o ir e vir daquela população usuária do transporte público
coletivo - simplesmente foi interrompido, porque o CPC, da maneira como foi
construído, não permite nenhum acesso, para chegar ou para sair, pelas
laterais, somente pelas duas pontas, forçando as pessoas, se quiserem consumir,
a consumir na estrutura interna. Isso gerou e está gerando um grande problema
de sobrevivência econômica do comércio do entorno. E o Cecchim fez um acordo
aqui conosco de que iria, até dezembro de 2008, abrir aquelas passarelas, com
um estudo também organizado, e até hoje isso não foi feito. Portanto, aproveito
este debate aqui com o Líder do Governo - com o novo Líder, certamente
conseguiremos - para dizer que, se tivessem sido medidos aqueles impactos naquele
momento, haveria uma medida mitigadora para resolver, mas isso não foi feito.
Sr.
Presidente, permita-me mais alguns segundos. Nesse momento, também está se
anunciando o Centro Popular de Compras lá na Restinga. Foi uma Emenda que
apresentamos aqui no dia 19 de setembro de 2005, ela foi aprovada no Plano
Plurianual, e depois destinamos recursos, Ver. Paulinho Ruben Berta, de 200 mil
reais. E naquela época fizemos um acordo com o então Secretário Cecchim, para
que se garantisse a sua construção, mesmo vencendo o Orçamento, e agora está
sendo anunciado. Mas o diálogo com os usuários ainda é muito pequeno, por isso
queria convidar aquele público para, inclusive com o Cecchim, que está na Casa
agora, seguirmos essa metodologia, para auxiliarmos no sentido de aquele Centro
Popular de Compras possa nascer com potencial e de que todas as complexidades
negativas que surgirem sejam resolvidas pelo estudo. A Universidade está aí,
tem que estar aí para acompanhar a vida da sociedade e ajudar a resolver os
problemas, os conflitos. Então, faço esse convite à sua equipe e aos demais
colegas Vereadores. Ao mesmo tempo quero cumprimentá-los e dizer que esse é um
belo exemplo de metodologia a ser seguida num projeto de tão grande
complexidade urbana. Um grande abraço!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Nelcir Tessaro, Presidente desta
Casa; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, visitantes, professores e alunos que trazem aqui
uma sugestão de melhoria para o Centro Popular de Compras, eu quero
cumprimentá-los.
Depois
de prontas as obras, é possível, sim, modificar; é mais fácil a gente sugerir
depois de pronto, depois de ver, na prática, como se comporta e assim fazer os
devidos reparos. Então, nessa linha, parece-me que essas sugestões são
oportunas. Senhores, vendo a apresentação, sugiro que essas passarelas sejam -
é uma sugestão - mais largas e que, a seu longo, contemplem lojinhas de pequenos
comerciantes, para que também dali os empreendedores possam tirar o custo dessa
obra.
No
dia em que alguns Vereadores elogiarem o Governo, eu vou ficar muito preocupado.
Muito, muito, muito! Então não vou fazer nenhuma crítica. Apenas vou pedir aos
senhores que, quando falarem sobre a inadimplência do Centro Popular de
Compras, considerando a existência em torno de oitocentas lojas, oitocentos
negócios, oitocentos espaços, não pensem que quinze ou vinte devedores seja
grande coisa, ou que possa haver grande implicância. Com certeza, se pegarem,
em qualquer bairro de Porto Alegre, oitocentos negócios, os senhores vão ver
que o índice de inadimplência está abaixo da média de Porto Alegre, do Estado e
do Brasil. Essa não é uma justificativa. Quando se tem negócio, nós precisamos
contemplar os imprevistos no que diz respeito a pagamento. Há pessoas com dificuldade
de gerenciar negócios que precisam, claro, buscar, para amenizar isso,
treinamento; há aqueles que têm imprevistos nos negócios - imprevistos em relação
à família, sociedade, a vários outros - e aqueles que são maus pagadores: eles
não pagam em lugar nenhum, a não ser na malha da Justiça.
Por
isso eu quero dizer que esse percentual de inadimplência não deve ser considerado,
até para valorizar, do meu ponto de vista, essa grande proposta. Eu tenho
absoluta certeza de que o Centro Popular de Compras, se fizermos uma pesquisa,
estará acima da média dos projetos realizados aqui em Porto Alegre. Precisa ser
melhorado? Claro, se tivermos condições de melhorar, devemos melhorar! Quem
sabe lá se os próximos Centros construídos em Porto Alegre, os próximos locais
de pequenos comerciantes que vamos criar, possivelmente na Restinga, venham com
novos estudos e tal, porque sempre nós estaremos progredindo. Essa é uma
experiência nova em Porto Alegre, não é uma proposta fechada. Acho que o
Prefeito José Fortunati vai aceitar, sim, as sugestões, que virão para agregar.
E eu também defendo a ideia de que, naquele local, tenhamos entidades, negócios
do Poder Público, de preferência no último andar, no último canto, para
incentivar as pessoas, de um modo geral a população, a irem até lá, um
incentivo ao próprio negócio: agências bancárias, escritórios do DMAE, do DEP,
da CEEE, Tudo Fácil, enfim, entidades que estão aí pra incentivar a visitação
pública mais e mais e mais. Nossos cumprimentos aos Vereadores que os
convidaram e pelo trabalho de vocês. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Acho da mais alta valia a preocupação
dos estudantes e do professor em procurarem solução para um problema que
preocupa a Câmara Municipal, o Executivo, enfim, todos aqueles que estão
vivenciando um problema no Setor B do chamado Camelódromo. Há uma necessidade,
sim, de encontrar uma solução para eles. Mais importante do que fazer a crítica
pelo que está ocorrendo é tentar trazer solução, e os senhores, hoje, tentaram
isso. Não significa que ela será realidade, não significa que ela seja
possível, mas há uma preocupação, há um desejo de encontrar uma solução, e isso
é extremamente importante. Ficou claro na exposição que não há um estudo a respeito
da estrutura, sobre o custo dessa estrutura, nem do cálculo dessa estrutura,
mas há uma ideia, e isso é importante - é mais importante do que criticar. Isso
se chama tentar solucionar, e é provável que seja realmente uma solução.
É por isso que, em nome da Bancada do meu
Partido, em nome da Liderança do Governo, eu os cumprimento. E também para que
se possa fazer um estudo melhor daquilo que é um plano, porque é assim que se
faz em engenharia: primeiro
se faz o plano e depois o projeto. Eu gostaria muito de receber uma cópia desse
trabalho, para que, juntamente com o Executivo, eu possa fazer uma análise e,
quem sabe, tornar viável esse plano, que eu volto a dizer: merece os
cumprimentos não só de nós, Vereadores, mas da própria Cidade, porque, quando
os estudantes se preocupam com as soluções, as coisas boas estão começando a
acontecer. E temos certeza de que o nosso estudante não é a esperança do
amanhã, é a nossa certeza do amanhã. Isso nós não podemos esquecer. Portanto, recebam
o nosso profundo agradecimento. Vamos analisar com o carinho que merece ser
analisado e, depois, se for possível, juntos faremos uma inauguração bastante
festiva. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra
em Comunicações.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras; Professor Leandro, da Unilasalle, meus parabéns
pela bela apresentação, é um belíssimo projeto, vale a pena apreciarmos. Eu
sempre me pergunto, Ver. Aldacir José Oliboni, Verª Sofia Cavedon, Ver.
Engenheiro Comassetto: quando será o dia, a hora e o minuto que a oposição vai
reconhecer um projeto que é bom para a Cidade? Nunca. Eu nunca consegui ver
isso. Eu ainda não era Vereador, Verª Sofia Cavedon, e lembro dos belos
trabalhos que vocês faziam. Mas também não consigo entender como é que V. Exª
nunca reconhece nada de bom na Cidade. Nada de bom. Se o CPC, Centro Popular de
Compras, fosse ruim, não haveria um monte de senhores e senhoras correndo atrás
porque querem estar lá. Claro que, em qualquer empreendimento, em qualquer
comércio, sempre haverá pessoas que estarão descontentes, sempre haverá. Se a
senhora fizer uma pesquisa no comércio em geral, se fizer numa rua, por
exemplo, a Rua 24 de Outubro, vai encontrar 25% que não estão com suas contas
em dia. Estão irregulares devido à situação que cada um oferece.
Quando
eu vou ao Centro Popular de Compras, vou para comprar, porque também sou
cliente. E também fui camelô. Vou para comprar, não para fazer política, não
para manobrar aquelas pessoas, como vários Vereadores da oposição que vão lá,
conseguem buscar um debate para, quem sabe, desmoralizar o que vem acontecendo
na Cidade, Vereadora. E todo o mundo, qualquer Vereador desta Casa quer o bem
para a Cidade. Eu jamais vou fazer qualquer tipo de manifestação lá dentro do Camelódromo,
junto àquele cidadão que tem o seu pequeno comércio e que merece ter o respeito
de todos nós. Certamente, o ex-Secretário Idenir Cecchim, Vereador desta Casa,
fez um trabalho impressionante na Cidade. Muito trabalho! Um projeto de que
todo o mundo participou. Nós participamos. Quantos debates houve nesta Cidade! E
vocês, que são da oposição, que estiveram 16 anos no Governo, tiveram toda a oportunidade
de oferecer um Centro Popular mais arrojado para os camelôs, para os vendedores
ambulantes, que tanto necessitam; vocês não olharam com atenção. E pode ter
certeza, Vereadora, que este Vereador sempre reconhece as coisas boas que
acontecem na Cidade. E acontecem mesmo. Como Vereador desta Casa, como
representante do povo humilde, eu admiro muito o trabalho dos cidadãos que
estão lá trabalhando muito por esta Cidade.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Alceu Brasinha, apenas para lembrar que todas as manifestações
que aconteceram dentro do Camelódromo foram a partir dos camelôs indignados: ou
porque estavam sendo despejados, ou porque a Polícia estava lá, ou porque as
bancas estavam lacradas. Nenhuma manifestação foi inventada de fora para dentro
para prejudicar o Camelódromo. E, Ver. Alceu Brasinha, há uma coisa bonita que
eu quero elogiar: a Restinga terá um Camelódromo desta vez público, gratuito,
não trará gastos para os camelôs. Acho que esse vai dar muito certo.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado pela contribuição, Vereadora.
Agora, quando algum elogio parte da oposição, a gente tem que ficar com o pé
atrás, porque não dão elogio de graça. Vereadora, gosto do seu trabalho, acho a
senhora uma pessoa muito arrojada.
Quero
dizer que estou muito feliz, muito tranquilo pelo belo trabalho que o Prefeito
Fogaça fez nesta Cidade, trabalho que continua com o nosso querido José
Fortunati. Os dois têm o nome de José, por isso é que está dando certo,
Vereadora. Por isso é que está dando certo! E esta Cidade vai avançar cada vez
mais!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra em
Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nossos
alunos palestrantes da Unilasalle, Professor Leandro Lopes, boa-tarde! Muito
boa tarde às senhoras e aos senhores!
Antes
de me dedicar ao tema Camelódromo, quero rapidamente prestar um esclarecimento
à comunidade charrua, cuja cacique, Acuab, está aqui, a quem cumprimento pela
passagem do Dia do Índio. Essa comunidade, depois de muita luta, que envolveu
muitos Vereadores desta Casa, o Executivo Municipal, o Senador Paulo Paim,
conseguiu transformar o laudo que declarava extinto - Ver. Comassetto, V. Exª
que ajudou também nessa matéria - o povo charrua, mudou o laudo da Funai. Há
que se fazer uma engenharia para que se possa levar a rede de água potável até
a terra indígena, terra finalmente conquistada graças a uma desapropriação de
área feita pela Prefeitura Municipal. Como o DMAE tem o monopólio da
distribuição de água em Porto Alegre, se ele fosse estabelecer a rede - Ver.
João Dib, o senhor conhece bem esse assunto -, por uma questão estratégica, ele
precisaria estendê-la por cinco quilômetros, mas, se essa rede for estendida
pela Corsan, ela teria no máximo 300 metros. Portanto, é preciso fazer um
convênio. E isso ficou acertado, disse-se o Ruas - não o nosso futuro
Governador Pedro Ruas, mas o irmão Ruas -, por meio de um TAC. Informa-me o
Diretor Flávio Presser que já há uma minuta de convênio do Departamento
Comercial da Corsan. Então estamos prestes a encontrar a solução depois de toda
essa engenharia jurídica e estratégica que foi preciso ser construída. Essa é a
informação que me cabia trazer, para que não paire aqui a impressão de que a
comunidade charrua está sem a devida assistência e sem a devida atenção tanto
do Executivo Municipal, quanto desta Casa,
quanto do Ministério Público e
do Governo do Estado, através da Corsan.
Volto
ao tema e agradeço a paciência dos senhores por estarem ouvindo o tema do povo
charrua, mas, como estudantes, como membros da Universidade, certamente têm
interesse nesse tema que diz respeito aos povos indígenas que dão a origem a
todos nós.
Eu
gostei muito do trabalho, principalmente do envolvimento da Universidade num
problema que tem a Cidade. Nós temos um belíssimo projeto, que é o Camelódromo.
É um bom projeto - eu sempre repito isso aqui - mas enfrenta dificuldades. E
não podemos nos esconder, nem fazer de conta que essas dificuldades não
existem; elas existem, é preciso enfrentá-las. Para enfrentá-las, há uma
comissão de Vereadores, há um envolvimento de quase todos os Vereadores de
todas as Bancadas no sentido de que se enfrentem as dificuldades em vez de
começar a despejar quem está inadimplente no Camelódromo. Por um motivo só, um
único motivo: o Camelódromo precisa de um período de transição. Os hoje
comerciantes do Camelódromo, então camelôs da Rua José Montaury e da Praça XV,
saíram da situação de comerciantes de rua para comerciantes de um shopping. É preciso ter sensibilidade, é
preciso ter visão estratégica, é preciso bom senso e boa intenção, para que se
efetive um período de transição, de readequação desses comerciantes. Comerciantes
que tiveram, por parte da Prefeitura de Porto Alegre, a maior boa vontade para
que a Cidade pudesse reurbanizar o Largo da Praça XV e a Rua José Montaury. Mas
eles não podem ser penalizados pela falta de previsão que todos nós tivemos,
envolvo todos, em relação à necessidade de um período de transição. Muito
obrigado. Parabéns a vocês pelo trabalho, parabéns a Verª Fernanda Melchionna
pela iniciativa!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs Vereadores, nossos
convidados do dia de hoje; a Verª Fernanda Melchionna, que foi proponente,
merece o nosso elogio, nosso reconhecimento, e peço permissão ao Ver. João Dib,
Líder do Governo, para usar seu raciocínio: é um projeto que obviamente ajuda
bastante Cidade e que faz a diferença. Há bastante tempo, a Verª Fernanda
Melchionna, a Verª Sofia Cavedon, o Ver. Todeschini, vários Vereadores desta
Casa, inclusive da situação, lutam para que os comerciantes do Camelódromo,
principalmente do Setor B, tenham, pelo menos, um grau de visibilidade razoável.
O projeto da passarela, Verª Fernanda Melchionna, dá-nos isso em parte, talvez
mais do que qualquer outra iniciativa até agora sugerida. Então, é de todo
meritório o projeto e merece a nossa atenção e o nosso apoio.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Pedro Ruas, quero me penitenciar, porque eu não sabia
que havia sido uma iniciativa da Verª Fernanda Melchionna. Quero cumprimentá-la
também, Verª Fernanda Melchionna, porque a gente tem que procurar soluções. Receba
meus cumprimentos.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Ver. João Dib.
A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Pedro Ruas, agradeço-lhe e aproveito para também agradecer ao
Ver. João Antonio Dib o elogio. Faço um aparte justamente sobre a necessidade
de buscar soluções, porque alguns pronunciamentos, Ver. Pedro Ruas, às vezes
preocupam. Preocupam porque, para justificar determinada posição dentro do
Governo, usam a sua função de Parlamentar para tentar tapar o sol com a peneira
em relação aos problemas sociais que cerca de cento e quarenta trabalhadores enfrentam
no Bloco B: bancas abandonadas, bancas interditadas, trinta inadimplentes,
pessoas que desistiram, sublocação de banca entre eles mesmos - o que é ilegal,
inclusive apareceu no programa SBT Repórter. É fruto de um mau planejamento, da
falta de fluxo de pessoas e, sobretudo, do aluguel abusivo.
Portanto,
como Parlamentares da Cidade, temos que estar preocupados em como resolver o
problema, apresentando soluções ao fluxo de pessoas, garantindo que esses
trabalhadores tenham condições para trabalhar, para vender, para sobreviver e
para sustentar, e não tentar tapar o sol com a peneira, como lamentavelmente
alguns Vereadores fizeram nesta tribuna, o que me deixou profundamente
incomodada, enquanto Parlamentar. Eu muitas vezes estive naquela casa.
Inclusive estive no Hospital Porto Alegre visitando uma senhora de 75 anos que
teve princípio de enfarto por justamente não vender. Causa-me estranheza a
falta de sensibilidade daqueles que não olham os problemas sociais do povo.
Obrigada.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Verª Fernanda Melchionna;
obrigado, Ver. João Dib.
Já
concluindo, Sr. Presidente, saliento a importância do que disse o Ver. Toni
Proença aqui da tribuna. Na verdade, em relação à Cacique Acuab e à comunidade
charrua, o PSOL, através deste Vereador, já havia se manifestado. A questão da
água nos traz conforto, Ver. Toni Proença, que V. Exª tenha - claro que já
sabia da preocupação - tão boas notícias. Dizia-me o Dr. Antonio que o prazo de
dois meses é excessivo, então, encareço a V. Exª a necessidade de urgência em
relação ao projeto, que tão bem V. Exª soube valorizar e encaminhar.
No
mais, Presidente, a manifestação do PSOL é de incentivo a essas pessoas que nos
visitam hoje, trazendo uma ideia que faz diferença para a Cidade, para os
munícipes, portanto eles merecem todo o nosso elogio e apoio. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Tessaro;
apresentadores da proposta da Unilasalle, alunos e professores, recebam o meu
abraço. Acompanhei uma parte aqui no Plenário e a outra ouvi no gabinete, já
que temos de atender várias frentes ao mesmo tempo.
A
questão do Centro Popular de Compras, o Camelódromo, perpassa por duas questões
fundamentais. Primeira: uma vez que o Governo tirou as pessoas da rua - onde
havia uma tradição, um hábito bastante longo - e as concentrou num espaço praticamente
confinado, houve uma alteração brutal e significativa, então também cabe ao
Governo dar conta dos custos. É uma Parceria Público-Privada, tem que partilhar
da sustentação pelo menos até que os negócios atinjam um volume de capacidade,
de autosustentabilidade, pelo menos naqueles espaços em que isso não ocorre ao
natural,
como vinha acontecendo na etapa anterior, na rua. Por outro lado, sim, temos
que buscar alternativas que tragam gente, que possibilitem movimento. Então,
esse projeto, Verª Fernanda, está direcionado, está trabalhado no sentido
daquilo que deve se buscar: um conjunto de alternativas de fluxo de movimentação.
Isso sempre foi batalhado, e agora há uma proposta concreta que tem de ser
muito saudada, porque é uma alternativa concreta. Mas eu defendo que as duas
andem paralelamente, porque são complementares e necessárias. Eu cumprimento a Verª
Fernanda, a Unilasalle, os professores, os estudantes, pelo esforço, pela
iniciativa, pela vontade de encontrar uma solução.
A outra manifestação que sou obrigado a fazer,
Ver. Pedro Ruas, Ver. Toni Proença, é que não vejo como alvissareira a
informação aqui de que o DMAE já enviou proposta de convênio para a Corsan. Faz
quinze dias hoje que estivemos lá na aldeia. As pessoas estão doentes, estão
tomando água podre! Eu falo como alguém que foi Diretor do DMAE, pois, quando
se tem boa vontade, um problema desses se resolve em dois dias no máximo. Essa
história de convênio é balela, é conversa fiada, o DMAE já tem convênio com a
Corsan em toda a Grande Porto Alegre, porque onde faz divisa com Eldorado, com
Guaíba, com Viamão, com Alvorada é possível fazer extensão de rede em espaços
da Corsan, inclusive em Cachoeirinha, eu fiz isso. Onde tem interface com o
DMAE, onde fica mais próximo o abastecimento, pode ser feito isso, já há um convênio
guarda-chuva que cobre tudo isso.
Nós temos, Ver. Pedro, é que lamentar, porque
desde outubro o DMAE sabe dessa situação, desde outubro o DMAE foi instado a
dar uma solução, pois ele é o organismo, é o serviço, a autarquia responsável
por universalizar o saneamento em Porto Alegre; em todo o Município, não é só
na área urbana. Agora, a notícia é de que o convênio está lá na Corsan; quem
sabe vai “dormir” mais quinze dias em outra caixinha. Assim as coisas vão indo,
e as pessoas estão lá doentes. Independentemente, inclusive, de ser uma
comunidade indígena, a comunidade charrua, há pessoas lá. E é assim com a
Prefeitura, assim com o DMAE, assim com a EPTC, é assim que as coisas têm sido
tratadas na Prefeitura de Porto Alegre: com o maior descaso em tudo.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu quero apoiar o pronunciamento de V. Exª com relação à urgência e
ao conhecimento técnico que tem Vossa Excelência. Segundo o nosso ponto de
vista, isso deveria ter acontecido bem antes! Mas acho, também, Vereador, que
além do DMAE, que é diretamente responsável, eu diria até culpado mais que
responsável, nós temos que ver a atuação da Funasa, que tem sido muito fraca,
Vereador, muito fraca na mesma questão dos índios. Englobando esses três
organismos, nós podemos achar responsabilidades, e a cobrança que V. Exª faz é
com muita razão.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Para concluir, Sr. Presidente, faço aqui um
registro. Não me conforta, preocupa-me o fato de dizer que está lá numa
caixinha da Corsan, porque, também, para fazer essa ligação sequer convênio é
necessário. Esse é um acerto que se faz posteriormente, até porque a Funai
assumiu que vai pagar a conta da água. Esse não é o problema. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Professor Leandro Lopes está com a
palavra.
O SR. LEANDRO LOPES: Eu quero agradecer, em primeiro lugar, à Verª
Fernanda pela oportunidade de estarmos aqui expondo estas ideias. Muitas vezes
nós temos ideias, não necessariamente no âmbito acadêmico, e elas, mediante uma
forte autocrítica, ficam reclusas, ficam confinadas em nós mesmos. E a Fernanda
teve a sensibilidade de conhecer a nossa ideia. A ideia, na verdade, é nossa, o
autor foi o Washington e seu grupo. A Fernanda realmente merece esse elogio,
que diz respeito à sua sensibilidade, por ter entendido a importância e por buscar
uma solução, não apenas criticar. Então, eu agradeço à Fernanda por se tornar
um canal para a apresentação da nossa proposta. Ao mesmo tempo, agradeço a
manifestação de todos os ilustres Edis, que mostraram um carinho especial pela
proposta. Quero dizer ao ilustre Ver. João Antonio Dib que, com certeza, irá
receber uma cópia para análise. Também agradeço o convite que partiu do
Engenheiro Comassetto para estarmos presentes na elaboração do Projeto do
Centro Popular de Compras da Restinga, para que o shopping não nasça com mazelas que, eventualmente, um projeto não
bem planejamento pode apresentar.
Enfim,
quero agradecer a todos os demais Vereadores e enfatizar que esse projeto tem
uma finalidade que vai além daquela finalidade exclusiva de atender ao problema
do Camelódromo. Como todos os senhores perceberam, é um projeto estratégico que
busca incidir sobre uma questão mais ampla, que é aquele espaço ali, que tem
como um dos elementos o CPC. Então, concordo com alguns que se manifestaram;
sempre haverá pessoas com inabilidade, com problemas tais que vão refletir no
seu desempenho, nós somos assim, nós somos diferentes. A questão é a seguinte:
ao passo que uns têm problemas, outros tantos ali não têm problemas, e
justamente os que têm problemas estão concentrados no fundo. Então, o problema
fica claramente identificado. Quero dizer que mesmo que nem todos os problemas
sejam equacionados, muitos benefícios esse conduto poderá trazer, num sentido
mais amplo, como a gente tentou colocar.
Muito
obrigado pela atenção. Estamos, na Universidade, à disposição, justamente para
isto, para tentar vincar essas necessidades práticas da sociedade da qual
fazemos parte, com a inteligência da sociedade, que, obviamente, não está
confinada às universidades, mas passa por elas. Nós nos colocamos à disposição.
Eu
agradeço aos senhores, agradeço aos membros do grupo que elaboraram esse projeto.
Estamos à disposição.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agradecemos ao Professor Leandro Lopes,
que apresentou o projeto dos alunos Washington Moreira, Luciano Buzzinello e
Leonardo Lemes. Quero dizer que esta Casa se sente honrada em poder apreciar a
arquitetura aqui apresentada, e, com toda certeza, haverá proveito para o
próximo CPC, que será construído na Restinga, ou mesmo melhorias ao CPC do
Centro da Cidade.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h11min.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 16h12min): Estão reabertos
os trabalhos.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas
Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, eu queria falar aqui, em nome da
nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, do abandono em que se encontra
Porto Alegre. Infelizmente esse abandono tem sido muito caro, tem ocasionado
inclusive mortes de pessoas, de jovens, que não têm nada a ver com a falta de
responsabilidade da gestão pública. O Prefeito Fogaça abandonou a Cidade, e os
problemas florescem em todas as esquinas, em todas as paradas de ônibus. Verª
Sofia, além da morte do jovem que ocorreu ali em frente à UFRGS, ouvia hoje ao
meio-dia, pelo rádio, que lá no bairro Medianeira um animal, um cavalo que foi
amarrado com uma corrente a um poste de energia elétrica no meio da praça, também morreu
com um choque elétrico. Esse problema está generalizado na Cidade. Então, a
nossa Bancada elaborou um documento e distribuiu cinquenta mil exemplares pela
Cidade. Gostaria que todos pudessem ver, é sobre o abandono. (Mostra o documento.)
Estamos trazendo, sim, dados comparativos das
gestões da Administração Popular e dos seis anos e três meses do Governo José
Fogaça. Podemos pegar temas como, por exemplo, o da Saúde e fazer um debate
número por número; podemos fazer um debate sobre os temas da SMOV - e é
importante, até porque o ex-Secretário Maurício voltou a esta Casa -, para
entendermos por que a SMOV investiu tão pouco nesses seis anos de Governo
Fogaça em Porto Alegre. O abandono tomou conta de Porto Alegre, e é geral.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Posso dar os números aqui, Ver. Brasinha. Sobre
a construção de vias públicas: na Administração do PT, foram 588 mil metros
quadrados, o que dá uma média de 19 quilômetros/ano; na Administração Fogaça -
comparando os últimos dois anos da nossa gestão com os últimos dois anos da
gestão Fogaça no primeiro mandato -, foram 588 mil metros quadrados versus 124 mil metros quadrados, da sua
gestão, Ver. Brasinha. Se pegarmos o item conservação asfáltica, temos 1 milhão
e 400 mil metros cúbicos versus 744
mil metros cúbicos; portanto, 50% do desempenho que teve a gestão da
Administração Popular. Se pegarmos o calçamento com paralelepípedos, foram 108
mil metros cúbicos contra 30 mil metros cúbicos. E por aí vai. Se pegarmos a
iluminação pública, é a mesma coisa. A Administração Popular foi considerada
uma das melhores do Brasil, mantendo um índice de 2% a 3% de lâmpadas apagadas;
entre 2005 e 2008, o índice foi para 10% de lâmpadas apagadas na cidade de
Porto Alegre, sem contar os dados da limpeza urbana, os depósitos de lixo que
há por toda a Cidade. Tomo a liberdade aqui de dizer, inclusive, que ontem
fizemos a Cavalgada da Tala, que é de Belém Novo ao Lami - são 16 quilômetros.
Comigo estavam o Ver. Bernardino Vendruscolo e o Ver. Paulo, que diziam no
transcorrer: “É verdade, vocês têm razão! A quantidade de lixo espalhado na
Cidade e os montes não recolhidos é uma realidade!” Portanto, essa constatação,
Sr. Presidente, não é só minha.
Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores
quero dizer que este boletim está à disposição de todos - do Ver. Alceu
Brasinha e dos demais que contestam os nossos números - no site oficial do Partido dos Trabalhadores. Estamos aqui anunciando:
a Cidade, nos seus serviços, está abandonada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste, olhem que
linda esta árvore. (Mostra fotografias.) É um jacarandá. Olhem que linda esta
árvore! Ex-árvore. “O que fizeram?”, pergunta o Ver. Alceu Brasinha. É uma
pergunta importante. Olhem a sombra! São árvores exóticas que estavam no Centro
de nossa Cidade, embelezando, criando espaços verdes, não só de sombra, mas
para melhorar a ventilação, para melhorar o meio ambiente, tornando o Centro de
Porto Alegre aquilo que se idealiza hoje para o Centro das Capitais, fazendo
com que tivéssemos, há oito anos, um dos melhores índices de DH e de qualidade
de vida. Pois é! Estas lindas árvores foram destruídas, derrubadas, retalhadas,
arrancadas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Lindas árvores, que
existiam no Centro da nossa Cidade. Trinta e oito árvores - está no jornal de
ontem, Ver. Brasinha - foram arrancadas do solo do Centro da Cidade. Aliás,
Cacique Acuab, o seu povo charrua, que trabalhava ali, que frequentava aquele
espaço, também foi retirado dali, daquele espaço da Praça da Alfândega. Qual
foi o argumento usado? Melhorar a segurança! Remontar o Centro Histórico de
1912, do século XX! “Melhorar a infraestrutura”, diz a Prefeitura.
Que projeto é este que retira, destrói, remove,
ataca homens e árvores?! O que Tupã diria, Cacique Acuab?! É um absurdo! E o
tal de projeto foi feito sem ouvir ninguém, sem apresentar Estudo de Impacto
Ambiental, sem apresentar EIA-RIMA, sem ocorrer Audiência Pública com os moradores
do Centro da Cidade. Esse projeto de destruição sequer se propôs a transplantar
essas árvores para outro local. Não! Ao contrário, arrancaram as árvores,
matando 38 belas árvores do Centro da nossa Cidade, justamente quando mais se
discute esse modelo predatório de destruição de árvores, de biodiversidade, da
devastação ambiental para a sede de lucros de alguns, como o que acontece em
Belo Monte, lamentavelmente. Os indígenas, os movimentos sociais e o Ministério
Público estão se mobilizando; esta Vereadora também, e os militantes do PSOL, e
os lutadores do MEP também. Esse modelo que está aí, de destruição ambiental,
tem levado a humanidade a catástrofes. Esse modelo de construção exarcebada, de
fábrica de concreto, levou a cidade de São Paulo a ficar dias sob água por não
ter por onde escoar a água da chuva. Com este modelo, aumentará talvez cinco
graus a temperatura do planeta, caso não haja uma mudança no sistema e na forma
de lidar com o meio ambiente. Justamente neste momento em que
discutimos aquecimento global, vejam a Conferência de Copenhague, as mobilizações,
a luta pelos direitos dos povos originários e dos povos indígenas, a Prefeitura
de Porto Alegre, mais uma vez, está na contramão da história, promovendo a
devastação daquilo que deveria ser preservado, promovendo a destruição dos
jacarandás e das paineiras, promovendo a verdadeira devastação, inclusive com a
retirada dos indígenas do Centro da Capital.
Eu queria, Ver. Pedro Ruas, lamentar
profundamente essa posição da Prefeitura Municipal e dizer que, se não houver
mobilização da sociedade, lamentavelmente, esse modelo predatório, que tem
levado a humanidade à catástrofe, vai se arraigar, também, na nossa Capital.
Cuidado, olho vivo e mobilização para mudar esse modelo predatório! Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra.
O SR. TONI
PROENÇA: É
só para uma informação, a pedido da Cacique Acuab. Ela confirma que não foi retirada
da praça, diz que não pôde mais ir à praça, pois estava sem recurso para a
passagem. Então, ela quer que isso seja transcrito nos Anais da Casa, porque
ela não informou a ninguém que foi retirada da praça, e sim que não pode mais
ir. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está feito o registro, Ver. Toni Proença.
Passamos ao
GRANDE
EXPEDIENTE
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
como tenho quinze minutos, vou relembrar o passado da Cidade, começando lá por
Alceu Collares, que, diga-se de passagem, foi um belíssimo Prefeito e trabalhou
muito pela Cidade e fez esta avenida - muita gente era contra, Ver. Toni
Proença, muita gente! E aqueles que eram contra, hoje, pedalam, aos domingos,
de bicicleta nessa avenida, andando para lá e para cá. Só não vou dar o nome
deles, mas eu os conheço. As coisas boas que fez o Governo Alceu Collares foram
muito importantes para a Cidade.
Logo mais, veio a Administração Popular. Essa
Administração eu realmente
achava que ia ser popular, Ver. Toni Proença! Logo que começaram, o Sr.
Prefeito - vou lembrar um pouquinho o Sr. Prefeito Olívio Dutra, que encampou o
transporte em Porto Alegre - fez aquela encampação das empresas, e ele não foi tão
grande, apavorou-se com o tamanho e logo autorizou, novamente, os proprietários
a assumirem. Isso eles não falam! Foi bom para a Cidade, Pedro Ruas? Porque o
PT, aquela vez, tomou a liberdade de encampar as empresas de transporte
coletivo. Eles esqueceram, Ver. Pedro Ruas! Eles esqueceram! Faz tanto tempo,
mas, se buscarmos, podemos ficar o dia todo lembrando as coisas ruins feitas
por eles, coisas muito ruins para a Cidade! Muito ruins! E também fizeram
coisas boas! Boas, eu reconheço.
Mas
uma cidade que vinha nesse trabalho impressionante, porque eles faziam tudo na
Cidade, Ver. Pedro Ruas...! Há poucos minutos eu perguntei para a Verª Sofia
Cavedon: será que o povo errou? Será que as pessoas erraram pela segunda vez,
futuro Governador Pedro Ruas? Será que o povo errou em ter escolhido José
Fogaça, que foi reconduzido ao cargo, ao seu mandato? Será que a Administração
do Prefeito José Fogaça foi ruim? Eu tenho dúvida, faço parte da base do
Governo e tenho certeza absoluta de que, se o Fogaça fosse aquele Prefeito que
não tivesse feito nada pela Cidade, ele não teria sido reeleito para mais
quatro anos. Ele não ficou quatro anos agora, mas há uma diferença em relação ao
Prefeito que abandonou a Cidade lá atrás, o Tarso Genro, que abandonou a
Cidade, abandonou por interesses maiores, porque queria ser Governador a
qualquer custo! E o povo do Rio Grande foi sábio e inteligente quando disse
“não” para ele, porque ele não cumpriu com a sua palavra em Porto Alegre, Ver.
Toni Proença. Se ele fosse aquele Prefeito que prega e faz, teria ganho o
Governo do Estado. Logo mais atrás, o Prefeito Alceu Collares ganhou o Governo
do Estado, porque demonstrou o trabalho que fez por Porto Alegre. Foi lá e
ganhou!
E
agora o Prefeito José Fortunati tem a grandeza de assumir o comando da Cidade.
O Fogaça fez um trabalho impressionante pela Cidade, um trabalho que as pessoas
devem reconhecer. Ele tem a grandeza não só fisicamente, mas a grandeza de
reconhecer os erros e o que vem fazendo pela Cidade. Eu gostaria que o PT
viesse aqui e falasse qual a obra boa que aconteceu nos cinco anos e três meses
do Prefeito Fogaça. Qual é a obra boa? O que o Prefeito Fogaça fez na Cidade,
será que o Prefeito Fogaça necessitava tanto dos conselhos dos meus queridos
Vereadores do PT? Será que ele precisava? Será que o Prefeito errou em não ter
pedido a opinião do Ver. Comassetto, do Ver. Todeschini, da Verª Sofia Cavedon?
Eu
fico pensando, Verª Sofia. Estou há 33 anos nesta Cidade, cheguei em 1976, e a
Rodoviária, onde eu desci, continua a mesma coisa; aliás, tinha mais movimento,
Ver. Pancinha. Há poucos dias, eu ouvi um cidadão que fazia parte do Governo do
PT reclamando da Rodoviária. Mas eles estiveram todo o tempo no Governo do
Município, poderiam, quem sabe, ter feito um projeto mais arrojado e levado a Rodoviária
para outro local. Eu não estou, jamais, Ver. Paulinho Ruben Berta, querendo que
aquelas pessoas que administram o complexo da Rodoviária sejam eles os
culpados. Culpados, não; culpada é a gestão pública! Lá nos seus 16 anos,
fizeram todo tipo de abuso nesta Cidade e acham que estão certos. E aí vem o
Prefeito José Fogaça e ganha a eleição. O Prefeito José Fogaça fez quase igual
ao Jarbas Lima quando assumiu o Internacional: abriu o cofre, e não havia dinheiro
nenhum, não tinha nada! Só havia quase 180 milhões de reais em dívidas, Ver.
Reginaldo Pujol. E o Prefeito deu credibilidade a esta Cidade, pegou e botou as
contas em dia, botou a máquina a funcionar, foi errado? Eu desconheço esse erro
do Prefeito Fogaça. Nós, certamente, vamos ter muita saudade, Verª Sofia - a
senhora também - desse Prefeito que passou pela Capital, o Professor José
Fogaça, que fez uma Porto Alegre mais alegre, mais bonita para todo o Rio
Grande.
Ouço
as palavras dos meus queridos colegas Vereadores criticando, dizendo que nada
se fez nesta Cidade, que o Ver. Maurício esteve por cinco anos na SMOV e não
fez nada, Ver. Nelcir Tessaro. O que esse rapaz fez? Ele simplesmente arrumou a
Cidade, arrumou os buracos “participativos” - estava cheio de buracos,
Vereadores! A Administração estava sucateada, estava quebrada. Lembro como se
fosse hoje o dia em que Partido Trabalhista Brasileiro assumiu a SMOV, o Cassiá
disse: “Mas eu não posso fazer nada, as patrolas estão quebradas, os tratores
estão quebrados, está tudo quebrado.” É disso que vocês têm saudade e ainda
insistem em querer que volte? Eu quero dizer para a senhora, Verª Sofia: tenho
certeza de que as pessoas que pensam pela Cidade, que gostam da Cidade, mesmo
aquelas pessoas que votaram contra o meu Prefeito, devem estar hoje
engrandecidas pela competência e pelo grande trabalho que a gestão Fogaça fez.
E agora o José Fortunati mostrará para o Rio Grande que vai dar uma aula para
todo mundo. E quem não gosta de aula boa, Verª Sofia? Eu gosto, gosto das
pessoas que fazem o certo, daquelas pessoas que buscam alternativa e recuperam
o que está perdido no passado. Hoje, graças a uma boa administração de cinco
anos e meio e que continuará com o José Fortunati, esta Cidade vai sediar a Copa
do Mundo.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Brasinha, reconheço seu esforço em valorizar o Governo Fogaça,
mas discordo da sua avaliação, e os números também mostram divergência. Vossa Excelência
fala que o Prefeito Fogaça fez uma revolução na Educação, porque construiu 35
creches comunitárias. Mas eu tenho um dado aqui da Educação, Ver. Brasinha, no
Boletim Informativo 2008 da SMED, Prefeitura Municipal. (Mostra documento.) Os
números da Educação, da SMED, são todos de redução. Apesar da construção da
escola infantil, nós tivemos uma redução na escola infantil própria do
Município, na escola infantil que é totalmente paga pelo Município. Houve
redução na Educação Infantil, redução no Ensino Fundamental, redução no Ensino
Médio. Então, temos uma redução de mais de três mil matrículas! O gráfico das
matrículas, no período do Fogaça, começa a baixar em Porto Alegre, Ver.
Brasinha. Estamos fechando escolas. Em relação ao EJA, Educação de Jovens e
Adultos, na periferia, havia quarenta escolas, hoje são trinta e seis escolas com
educação de adultos. Eu sei que meu aparte está longo, mas eu mostro e vou te
dar uma cópia deste Boletim Informativo, que mostra, inclusive, que aumentaram
a evasão escolar e a reprovação escolar. Então, diminuíram as matrículas e
piorou a qualidade de ensino.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Verª Sofia Cavedon, quero lhe
dizer que não concordo com os seus números, gostaria de olhá-los mais de perto,
porque Vossas Excelências, quando apresentam, dão conta certa. É o que fez o
Ver. Todeschini, quando falou que o Prefeito tinha assumido e que havia sessenta
milhões de dívidas, não é verdade, Vereador? O senhor falou para mim. E, pelo
que eu sei, com total conhecimento, eram quase cento e oitenta milhões...
O Sr. Aldacir José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre colega Ver. Brasinha, realmente as suas colocações nos fazem
uma certa provocação, e é importante que V. Exª tenha alguns dados. Eu diria
que o Governo Fogaça tem uma marca muito importante em vários segmentos da sua
Administração. Mas veja só na área dos CCs, por exemplo: lá, em 2004, nós
tínhamos 427 CCs, Cargos de Confiança. O Fogaça sai e criou, nesse período em
que ele esteve, 682 CCs. Portanto, ele aumentou em 70% o número dos Cargos de
Confiança. Esse é um aspecto. Por que não temos concurso público? O Fogaça
encontrou uma saída. Tínhamos em torno de 1.912 estagiários, e, quando ele
saiu, eram 3.192 estagiários, aumentou 70% também o número de estagiários. Há
algumas marcas importantes: em vez de fazer concurso público, ele preferiu
contratar estagiários.
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Oliboni.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Alceu Brasinha, como V. Exª sabe, como V. Exª estudou
nos livros de história - a Verª Sofia Cavedon também estudou nos seus livros de
história -, hoje, 22 de abril, nós comemoramos a data do descobrimento do
Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500. Mas não é verdade! Na realidade, o
Brasil foi descoberto no dia 1º de janeiro de 2003, quando assumiu o Presidente
Lula...! Até então, o Brasil não existia; até então, era o caos, eram somente
os índios, que hoje se apresentaram aqui...!
O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Ver. Dib. Quero, ainda,
Vereadores Nilo Santos, Nelcir Tessaro, DJ Cassiá, do meu Partido, Ver.
Reginaldo Pujol, agradecer a oportunidade e lembrar um pouquinho de todo
trabalho que o Governo da Frente Popular fez. Lá em 1989, Vereador, o comércio
da Av. Assis Brasil, a qual V. Exª conhece muito bem, literalmente quebrou,
graças à obra fantástica que o PT fez. Não pensou nenhum minuto no pequeno
comerciante, no pequeno empresário. Eu nunca vi nenhum Vereador da oposição
lembrar esse passado. Muita gente me diz que não adianta lembrar o passado, mas
eu digo que adianta, porque as pessoas têm que voltar lá atrás e lembrar que
eles tiverem toda oportunidade de, quem sabe, construir o metrô ou implementar
a linha amarela, a linha vermelha, como ocorre no Rio de Janeiro. E eu gostaria
que eles tivessem feito isso para eu chegar hoje aqui e dizer: “Muito obrigado,
PT!” Eu admiro muito o nosso Presidente Lula, porque ele é um Presidente
fantástico, humilde e talentoso. Da mesma forma, eu acho que nós temos que
admirar as coisas boas que acontecem na Cidade. Eu gostaria que as Vereadoras
Sofia Cavedon, Maria Celeste, bem como os Vereadores Oliboni, Todeschini,
Comassetto tivessem a grandeza, um dia, de reconhecer a importância que o
Professor José Fogaça teve para esta Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; agradeço
aqui ao Líder da oposição, Ver. Pedro Ruas, e ao nosso Líder, Ver. Engenheiro
Comassetto, a oportunidade de fazer esta manifestação. Primeiro, aqui manifesto
a minha preocupação, porque estava no site
zerohora.com, de hoje, no final da manhã, uma manchete muito preocupante: “Caso
Eliseu - Empresa Reação é suspeita de envolvimento com quadrilha de
extermínio.” Isso não é pouca coisa, está público, está no site zerohora.com. E nós já tivemos episódios muito preocupantes
com essas questões; temos que saber como foi que isso chegou no Município e
como essas empresas foram contratadas e mantiveram contratos com o Município.
Eu quero só fazer esse registro, porque isso está acessível a todos, via
eletrônica, no site zerohora.com no
dia de hoje. Faço registro, a pedido, inclusive, do nosso Líder de oposição.
Ver.
João Antonio Dib, o senhor disse que antes de 2003 era o caos, que o mundo
teria sido descoberto em 2003 ou coisa equivalente. Eu quero fazer aqui uma
referência de que a população indígena foi habitante deste País, é precursora e
sofreu muito com a ação nociva e violenta do poder das Coroas, não só da
portuguesa, mas em especial da espanhola. É preciso, sim, resgatar a memória
desse povo, que muito padeceu, que muito penou, que foi praticamente
exterminado, houve um verdadeiro genocídio. Indiscutivelmente, têm que ser
rendidas as homenagens ao povo indígena. Tenho que fazer esse registro.
Em
terceiro, eu tenho que mostrar aqui uma situação. As paradas de ônibus da Av.
Bento Gonçalves entre o Carrefour e o Terminal Antônio de Carvalho. (Mostra
fotografias.) Vejam só, aqui é o sustentáculo da sinaleira, está completamente
podre, tomado pela ferrugem. Aqui é a cobertura da parada de ônibus. Aqui é a
cobertura de outra parada de ônibus: não tem mais nada, só o esqueleto, só a
estrutura. Vejam o pedestal desta outra parada, está completamente corroído
pela ferrugem. Este completamente sem teto. Mais este, em que o guarda-corpo
está pressionado contra o passeio: aqui não passam duas pessoas; se vem uma
contra a outra, pode derrubar a pessoa na pista de rolamento, e ela ser
esmagada por um ônibus. Vejam que temos vários casos.
Observem
aqui: fios aparecendo, paradas dando choque de novo - isso o Ver. Aldacir José
Oliboni já havia alertado um ano atrás também -; luminárias pegando chuva
diretamente; aqui mais nenhuma telha existe; as estruturas estão completamente
soltas, degradadas. Enfim, tudo isso dá para ver. E não venham dizer que é
vandalismo, porque não é. Não venham dizer que herdaram a coisa assim, porque
não era assim. Isso advém da falta de investimento, da falta de trabalho do
Governo. Porque ali é um ambiente corrosivo, tem ácido sulfídrico, que se
transforma em ácido sulfúrico, que corrói as ferragens, que precisam de
lavagem, escovação, lixamento e pintura, no mínimo, de seis em seis meses. Verª
Sofia Cavedon. Há quatro anos o vento levou embora algumas telhas, ficou
chovendo em cima das lâmpadas, e está em curto. E nada foi feito!
Mas
aí nós vamos olhar para o Orçamento. O que foi investido no ano passado em
termos de Orçamento? Zero! A SMT tinha uma verba de 10,9 milhões. Investimento
zero! Não sou eu que estou dizendo, é a Secretaria da Fazenda do Governo.
Portanto, não venham atribuir a outros a responsabilidade pelo que acontece de
tragédias na Cidade. Está aqui o relatório da Secretaria Municipal da Fazenda,
onde há tanto o programa de transporte... (Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, quando eu falei que a
descoberta do Brasil se fez em 22 de abril de 1500 é porque eu li na História
do Brasil. Agora, para o PT, a história do Brasil só se inicia, o descobrimento
do Brasil só se dá quando o Presidente Lula, no dia 1º de janeiro de 2003,
assume a Presidência da República...! Até então o Brasil não existia; só os
índios, que aqui estiveram hoje!
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nós ouvimos a nobre Verª Sofia Cavedon falar do
número de estagiários da Prefeitura. Quero dizer que são 2.172, e não os três
mil e não sei quantos que ela nos apresentou. Na verdade, o que é importante
que se diga é que eu fui Prefeito e eu não tinha oitenta estagiários na
Prefeitura; agora, nos 16 anos de Prefeitura, eles elevaram o número para dois
mil, sim! Levaram o número para dois mil! Mais do que isso, usaram os
estagiários para substituir o trabalho dos servidores, que deveriam ser
concursados. O estágio, dizia-se, era de no máximo onze meses e não valia para
quem estivesse no último ano da faculdade. Aí eles conseguiram fazer com que o
estágio fosse de dois anos, valia para qualquer tempo, e passaram para os dois
mil. Também eu tenho a tranquilidade de dizer que, como Prefeito, deixei a
Prefeitura com 17 mil e 500 servidores, entre ativos e inativos, e era proibido
terceirizar serviço, portanto eu não terceirizava serviços. Quando eles
chegaram à Prefeitura, esse número imediatamente foi para 25 mil, e a Cidade
não havia crescido tanto; e os serviços foram terceirizados, mesmo contra a lei.
Só fizeram isso dentro da lei quando, anos depois, fizeram aprovar, aqui pelo
Plenário, a permissão de terceirização nos serviços.
Por
outro lado, o Ver. Todeschini traz fotos das paradas de ônibus como se fosse a
Prefeitura que tivesse destruído as paradas de ônibus, como se no tempo do PT
não acontecesse a mesma coisa. Infelizmente nós vivemos numa sociedade em que o
pichador, o depredador é uma figura presente em todos os momentos: o Cristo
Redentor, no Rio de Janeiro, também foi pichado; o nosso Laçador com muita
frequência é pichado; a estátua de Bento Gonçalves reiteradas vezes foi
pichada; o nosso Loureiro da Silva também. Portanto, é bom saber que nem a
Prefeitura do PT, nem a Prefeitura do Fogaça, nem a Prefeitura do Fortunati vão
lá estragar as paradas. As Prefeituras, os Executivos cuidam das paradas de
ônibus, não da sua destruição.
Agora, lamentavelmente, por mais que se coloquem à disposição telefones públicos
tanto da Brigada Militar como da própria Prefeitura, mesmo a Câmara noticiando
sempre, a depredação é continuada nesta Cidade, tanto para os telefones
públicos como para as lixeiras. Enfim, tudo do serviço público que é colocado à
disposição, com tristeza, vemos que é depredado, como se não fosse do uso de
toda a comunidade. A comunidade não é responsável, mas aqueles predadores que
estão na comunidade, sim, são responsáveis. Não se pode dizer que o Prefeito
esse ou aquele é o culpado. Agora, pela terceirização, eles são os culpados. No
caso dos estagiários, eles são os culpados. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): O Ver.
Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nesta tarde; Ver. Carlos Todeschini, a Verª Sofia Cavedon e o Ver.
José Aldacir Oliboni tiveram que se ausentar, tinham um outro compromisso fora
da Casa neste momento, mas que bom que o senhor permanece aqui. O senhor bradou
aqui sobre o meu Governo, sobre esse caos todo! Eu tenho uma dificuldade
enorme, Ver. Todeschini, em acreditar nas acusações que o senhor faz. E não é a
primeira vez que eu lhe falo isso, porque o senhor se entusiasma e termina
cometendo injustiça com algumas pessoas, isso é uma característica muito forte
no senhor. Então, quando o senhor acusa alguém, tomo o cuidado de analisar dez
vezes antes de acreditar. Já fui sua vítima, já fui pego por suas presas aqui.
O senhor bateu muito na época do Círculo Operário.
Eu
até quero lhe dar uma notícia, Vereador (Lê.): “Estado do Rio Grande do Sul,
Ministério Público, Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
Informo a Vossa Excelência que o expediente IC 11T06, que versa sobre possíveis
irregularidades na locação de imóvel pela Fundação de Assistência Social e
Cidadania [estou lhe dando a notícia em primeira mão, o senhor merece; lá no
bairro em que moramos, o senhor e sua equipe, na época da eleição, dedicaram
tanta atenção para isto], destinado a projeto que não foi aprovado pelo
Conselho Municipal de Assistência Social (...)”. Para esclarecer: o Conselho
Municipal de Assistência Social aprovou o Projeto e sofreu uma pressão
política, uma pressão da oposição à época, e, na outra semana, o Conselho
Municipal derrubou a autorização numa assembleia extraordinária - são as
injustiças que acontecem na política. É por isso que tomo cuidado na hora de
analisar as acusações, porque muitas pessoas são tratadas injustamente. Pela
ânsia, pelo desejo de retomar o Poder, atropelamos a história das pessoas,
atropelamos tudo! Ultrapassamos o limite da ética, Ver. Todeschini. Isso não
pode mais acontecer!
Continuo:
“(...) recebeu promoção de arquivamento, cuja ementa segue [não sei se para sua
tristeza ou se para sua alegria, porque isto o senhor não vai mais poder usar
contra mim na próxima campanha]: Fundação de Assistência Social e Cidadania.
Locação de imóvel para implantação do Projeto Resgate. Celebração do contrato
de locação antes da aprovação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente e do CMAS.” É por isso que peço aqui que investiguem esses
Conselhos, tem que analisar muito bem quem está trabalhando à frente deles,
porque Conselho não pode se partidarizar. O Conselho tem que esquecer a sua
bandeira partidária e se preocupar com os problemas da Cidade. Mais (Lê.): “Não
caracterização de ato de improbidade administrativa, eis que não há comprovação
de dolo e/ou culpa grave, nem da ocorrência de prejuízo à FASC, que utilizou o
imóvel no período, embora de forma descontínua. Arquivamento.” Estou lhe dando
esta informação.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O SR. NILO SANTOS: O Ver. Bosco está com os ouvidos muito
sensíveis. Repito: arquivamento! Foi arquivado pelo Ministério Público. Espero
que depois o senhor me peça desculpas, tenha a honra de me pedir desculpas, eu,
com certeza, o desculparei.
E
outra: quem abriu a porteira para a Empresa Reação vir trabalhar nesta Capital
foi o próprio PT. Ver. João Dib, quem abriu a porteira para a Reação trabalhar
em Porto Alegre foi o próprio PT! Essa empresa, inclusive, prestou serviços
para a própria Polícia Federal! Então, não tente ligar a morte do Eliseu ao
Prefeito Fogaça, porque não vai colar. Se é assim, nós podemos colar o próprio
Lula a Dilma. Mas isso é uma bobagem, é uma perda de tempo, não tem cabeça nem
pé; isso não faz sentido, Ver. Todeschini. É claro que tem de ser investigado,
mas não venha dizer que foi este Governo que trouxe a Reação para dentro,
porque foi o seu Governo que trouxe... (Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): O Ver.
Mario Manfro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARIO MANFRO: Ver. Bernardino Vendruscolo, caros
colegas que nos assistem, primeiramente eu vou fazer uma rápida leitura (Lê.):
“Dez milhões para amansar a UNE. A União Nacional dos Estudantes ganhou na
loteria no Governo Lula. O repasse do Poder Executivo à entidade aumentou em vinte
vezes nos últimos cinco anos. [Então, seriam dez milhões de reais para amansar
a UNE.] Em contrapartida, as sexagenárias manifestações independentes e de
críticas ao Governo Federal desapareceram. No lugar, sobra bajulação. Fotos do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com dirigentes da entidade são exibidas
com pompa no site da UNE. O
crescimento da verba recebida do Governo foi meteórico, recursos saltaram de
199 mil em 2004 para 4,5 milhões no ano passado” - isso no Correio Brasiliense.
E
temos aqui no jornal O Estadão, de São Paulo (Lê.): “UNE é suspeita de fraudar
convênios com o Ministério da Cultura.” São 2,9 milhões de reais - quase três
milhões - que estariam em situação irregular, dinheiro de que a UNE não prestou
contas. (Lê.) “‘Essas coisas acontecem, é complicado conveniar’, diz Presidente
da UNE (...) A UNE forjou orçamentos para obter dinheiro para o encontro em
Brasília (...) que teve a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da
Ministra Dilma Rousseff. O Ministério liberou 342 mil para o evento”. Não
bastasse isso, volto ao Correio Brasiliense. (Lê.) “A entidade estudantil
também se aventurou pelo orçamento da Saúde. [E tanto nós falamos aqui que
faltam tantas coisas na Saúde no Brasil!] No segundo semestre do ano passado, a
UNE recebeu 2,8 milhões do Sistema Único de Saúde para fazer uma caravana pelo
País. O objetivo foi abrir um debate e realizar ações ligadas à Saúde.
‘Percorremos os 27 Estados, discutindo cultura, saúde e educação, visitando 41
universidades públicas’, justifica a Presidente da entidade”. E hoje, no jornal
Zero Hora, para completar, temos a notícia de que a UNE vai ser ressarcida em
15 milhões de reais, em virtude do incêndio na sua sede em 1964, que teria sido
provocado pelos militares.
Então,
assim é muito fácil, diga-se de passagem, entender, à custa de tanto dinheiro,
como cresce a popularidade de determinado Governo, porque aquelas entidades que
deveriam ser imparciais, que historicamente sempre foram defensoras do povo,
essas entidades estão caladas. E estão caladas porque estão recebendo para
isso. Esse dinheiro, certamente, estaria sendo muito melhor investido se fosse
destinado às populações mais necessitadas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): Em votação
o Requerimento de autoria deste Vereador, que solicita a retirada de tramitação
do PLL nº 039/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo
Requerimento de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita a retirada
de tramitação do PLL nº 198/09.
Apregoo
o Requerimento de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita a retirada
de tramitação do PLL nº 024/10.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Bernardino
Vendruscolo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que nos assistem, eu venho neste momento
de Liderança, em primeiro lugar, saudar aquelas ações também não governamentais
que são realizadas pelos companheiros do Lions, do Rotary Club. Eu, como
companheiro Leão, não poderia deixar de dizer aqui desta tribuna que, neste
final de semana, estaremos realizando na cidade de Tramandaí a 4ª Reunião do
Conselho Distrital e a 48ª Convenção do Distrito LD3, ao qual eu pertenço como
assessor de Planejamento Familiar. Porto Alegre e muitos Municípios do Estado
também fazem parte. Essa Convenção fará uma homenagem muito merecida a um
grande companheiro: José Conrado de Souza. Muitos de vocês aqui devem o ter
conhecido, ele lutou na FEB, em Monte Castelo; foi Presidente da Associação dos
Pracinhas por muitos anos, foi uma pessoa muito querida por todos nós, mas já
nos deixou - PDG José Conrado de Souza. Aproveitando este momento, saúdo o
nosso Governador do Ano Leonístico 2009/2010, Sérgio Vinhais, e a sua
companheira Zoraida.
Também
gostaria de referir a iniciativa que tivemos no sentido de estar junto, agora
ao meio-dia, com o nosso Secretário Municipal da Saúde, que esteve aqui na Casa.
Acho que foi de muita importância a vinda do Secretário aqui, fez com que
vários Vereadores, várias lideranças desta Casa estivessem presentes. Realmente
se abriu, acredito, um canal mais forte, com uma maior ligação em relação a que
havia anteriormente com a Secretaria Municipal de Saúde. Acho que isso é
importante para todos nós que trabalhamos a saúde de Porto Alegre de uma
maneira mais integrada - com a Câmara de Vereadores, com o controle social, com
todos, com a própria Secretaria -, para que possamos avançar em programas muito
importantes, como é a Estratégia de Saúde da Família na Cidade, como são as
UPAs, as Unidades de Pronto Atendimento 24h.
E
temos já uma garantida de que será iniciada, em breve, a construção na Cidade
da UPA, como o Secretário referiu, na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, no
Centro Humanístico Vida, para criar uma ligação entre esse serviço básico de
saúde, os hospitais e suas emergências. Ou seja, um atendimento de emergência
que também atenda às pessoas que não estão, necessariamente, numa situação
emergencial; algo que vai impedir a superlotação na Emergência do Hospital
Cristo Redentor, na Emergência do Hospital Conceição. Então, vamos ter ali um
ponto de tranquilidade de melhor atenção à Saúde Pública.
Quero
referir que, no feriado do dia 21, estivemos presentes - ficamos muito felizes,
queremos trazer a nossa homenagem à Igreja Internacional da Graça de Deus que
fez o evento - no Teatro Pôr do Sol, em um evento Evangélico, com milhares de
pessoas. Quem estava lá sabe o que aconteceu: o que é a fé, o que é a ação
positiva de uma mensagem em cima das pessoas e o que isso significa em termos
de melhora, de positivismo, de avanço na vida de cada um. Foi um evento
extremamente feliz e que fez um bem imenso a muitas pessoas, um momento de fé
muito importante para todos que lá estiveram. E vieram pessoas de todo o Estado
do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre. Neste momento, eu saúdo os seus
realizadores: o Pastor Alcides, aqui do Estado; o missionário RR Soares, que
aqui esteve. Enfim, houve uma grande ação em prol da comunidade, da
espiritualidade, o que, com certeza, trouxe um benefício muito grande para as
pessoas que lá estiveram, entre as quais eu me incluo.
Então
gostaria de deixar essa mensagem positiva, lembrando o Lions Club, lembrando o
Rotary Club, a nossa Secretaria da Saúde, que está avançando. Nós vamos buscar,
agora, em dois meses, que haja realmente o PSF em Porto Alegre, o Projeto aqui
na Casa. Que nos integremos todos em prol da qualidade de vida, que é o que
todos nós queremos! Muito obrigado e saúde para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1012/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/10 de autoria do
Ver. Tarciso Flecha Negra, que declara de utilidade pública o Círculo de Pais e
Mestres da Creche Tia Gessi.
PROC.
Nº 0790/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/10 de autoria do
Ver. Mauro Zacher, que determina a observância de procedimentos para o uso de
piscinas ao ar livre, públicas ou privadas, destinadas a adultos ou crianças e
fixadas em residências ou em condomínios, no Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino
Vendruscolo): Não há
inscritos para discutir a Pauta. Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h09min.)
*
* * * *